via @ErikaPalomino
Em tempo de temporada, nem dá pra fixar o pensamento (ou o penchamento) numa coisa só. Daí essas mal-traçadas algo fragmentadas. Curtas como tweets. Fritas, rolinhos de Primavera.
Talvez os blogs, talvez a moda das ruas, talvez a falta de grana, talvez o tédio. Talvez a megadifusão da internet. Talvez o fast-fashion _veneno e vacina_: Alguma coisa volta a acontecer na moda das passarelas. Começou em Nova York, e não necessariamente com Marc Jacobs, mas senti, daqui (ainda bem), alguma centelha. Que continuei confirmando em Londres.
Talvez meu desinteresse pelas eleições aqui no Brasil tenha contribuído, não sei também. Mas confesso que me animei mais em acompanhar (sem ter apenas o drive da obrigação profissional) o que está rolando por aí.
Curti muito o minimalismo de Francisco Costa para Calvin Klein (que, incansavelmente criativo, reforça e renova os credos da marca com seu estilo); a elegância inequívoca de Narciso Rodriguez e o excentrismo artsy da Rodarte, enérgico mas cheio de poesia. Bom pra moda americana.
Em Londres, me empolguei super com o refresh na página de Christopher Kane, delicioso remix de passado e futuro, e com os novos nomes que vem ultracoloridos como em Mary Katrantzou; futuristas (e contemporâneos) como Peter Pilotto, com o retorno sempre loucurinhas e deliciosamente nada-a-ver de Giles Deacon.
Off-catwalk, olho no biker da Burberry, que chacoalha o alto luxo com seu explícito relacionamento com o online e o e-commerce (certamente vai influenciar um monte de marca boa por aí). E claro que emocionou a homenagem a Alexander McQueen (com a surpreendente parada de modelões dos convidados, tendência luto-chic total _o que era Daphne Guinness???). E a volta de Björk.
A herdeira/fashionista Daphne Guinness com seu look épico no memorial em homenagem ao estilista Alexander McQueen ©Reprodução
Ah, que bom ter Björk entre nós, cantando Billie Holiday no memorial, e na festinha em sua homenagem do amigo Jefferson Hack (pra sua capa na “AnOther Magazine”). Sopram os ventos de suas novas canções. E, com tudo isso, quem sabe algum alento de beleza nesses estranhos dias de setembro parecendo agosto. Num ano que parece correr, sombria continuação de um 2009 que todos queremos esquecer. Xô 2010. Que venha logo este verão 2011.
Beijos primaveris,
Palô.