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    Ex-WGSN e Stylesight, Jorge Grimberg abre empresa de conteúdo e comunicação
    Ex-WGSN e Stylesight, Jorge Grimberg abre empresa de conteúdo e comunicação
    POR Camila Yahn

    Jorge Grimberg entrevista Oskar Metsavaht para o site Style.com ©Divulgação

    Jorge Grimberg, 32, é bom conhecido dos profissionais de moda. Durante anos trabalhou em dois grandes portais de análise de tendências e comportamentos, o WGSN e o Stylesight, onde teve contato com empresas de portes e necessidades diferentes. A experiência trouxe conhecimento de mercado e o fez enxergar os gaps na comunicação, no marketing e no conteúdo no trabalho de muitas marcas. O próximo passo foi abrir seu próprio escritório, o Grimberg Creative Studio, em que reúne tudo o que aprendeu e estudou para atender empresas de forma personalizada. Jorge também escreve para sites como Style.com, The Business of Fashion e o nosso FFW. Morando em Nova York, ele falou ao FFW sobre o atual momento e como seu novo negócio pode fazer a diferença.

    Você trabalhou em dois grandes bureaus de tendências e agora abriu uma empresa própria. O que é esse seu novo negócio?

    Minha empresa chama-se Grimberg Creative Studio. Tudo começou com indicações de amigos que acompanham o meu trabalho. Eu trabalhei quatro anos no WGSN, onde fazia marketing, conteúdo e vendas. Comecei muito cedo a fazer palestras de tendências em eventos de moda pelo Brasil e, entre outras coisas, me especializei em marketing através de parcerias criativas. Conseguíamos envolver os clientes diretamente nos eventos da empresa e, assim, eles promoviam suas marcas. Em 2008, fui convidado para trazer o Stylesight para o Brasil, um dos maiores desafios da minha carreira. O Stylesight era uma empresa pequena de Nova York que havia desenvolvido uma tecnologia nova de pesquisa de tendências e eu iria competir com o WGSN, que era um gigante e dominava o mercado completamente. Foram sete anos com o Stylesight. Os primeiros foram muito difíceis, mas quando deixei a empresa em fevereiro de 2014, tínhamos mais de 250 clientes no Brasil e um faturamento de mais de US$ 1 milhão. Foi trabalhando diretamente com empresários no Stylesight e WGSN que eu acabei me envolvendo de maneira diferente com as marcas, dando sugestões e caminhos que iam além dos serviços que as empresas ofereciam. Vi que existia a necessidade de algo novo, algo direcionado especialmente para o mercado brasileiro.

    O que você pode oferecer de novo ou diferente?

    Cada empresa que trabalho tem uma necessidade diferente. Minha especialização é comunicação e conteúdo. Seja através de um blog, um canal de vídeos no youtube, uma parceria criativa ou uma pesquisa de tendências que pode definir os caminhos que a empresa irá seguir. A minha entrega é super personalizada e meu contato é sempre pessoal. Eu não me posiciono como alguém que tem as respostas, eu trabalho como parte das equipes e desenhamos os projetos juntos.

    Quem é o seu target? 

    Meu target são empresas de moda e lifestyle, mas agora posso pegar somente mais dois ou três clientes. Por enquanto, não tenho planos de crescer mais do que isso, pois assim consigo atender pessoalmente as empresas com as quais trabalho e dedicar tempo para escrever. Estou muito interessado em trabalhar com empresas que não são de moda, mas que querem ter uma linguagem cool e comunicar-se com profissionais criativos.

    Quem são seus clientes nesse início de trabalho?

    A DM9DDB foi meu primeiro cliente. Eles me contrataram para desenvolver pesquisa de tendências exclusiva e confidencial para a C&A em reports semanais e mensais. Nós trabalhamos juntos há quase dois anos. Depois veio a Arezzo. Com o desenvolvimento de um site inteligente e funcional, passei a criar uma linguagem da marca na internet, com painéis de tendências e um blog tutorial, que ensina como usar as tendências propostas por eles. Aí veio o f*hits. A rede de blogs da Alice Ferraz estava crescendo muito rápido e criando uma nova história para a moda em um terreno novo. Criei junto com a Alice um canal de vídeos no YouTube do f*hits, onde já alcançamos mais de dois milhões de acessos. Agora, além de hospedar os blogs da rede, é um portal de lifestyle da marca f*hits.

    E sua mudança para Nova York?

    Tive vontade de expandir internacionalmente e recentemente me mudei para lá para tocar dois projetos. O primeiro é uma agência de networking. Hoje as marcas de moda e de bens de consumo precisam se conectar com formadores de opinião o tempo todo, definir quem são as pessoas que representam cada marca. Estou trabalhando nesse projeto em parceria com a (assessora de imprensa) Helena Augusta. Já temos um cliente de Nova York, o Hotelied, que é uma rede de relacionamentos de hotéis que quer conversar com o universo da moda. O segundo projeto é o meu foco principal para o futuro e envolve o desenvolvimento de um portal internacional com foco no Brasil, que vai sincronizar com todo o trabalho da minha agência.

    Você tem algum sócio?

    Eu trabalho sozinho com uma assistente jornalista e braço-direito que me ajuda demais e com a Helena Augusta para essa nova frente de projetos de networking e conexões. Em Nova York tenho sócios no novo projeto.

    Você colabora para diversos veículos. Escrever é uma paixão também?

    Minha grande paixão é escrever. Eu conquistei um espaço no mercado internacional falando sobre Brasil. Comecei no The Business of Fashion há dois anos, antes do site tornar-se uma bíblia de moda, e escrevi matérias muito importantes sobre o SPFW. Fui o primeiro a falar sobre uma crise de identidade na moda nacional e fui criando uma voz própria. Hoje tenho uma coluna semanal todas as quintas no Style e todas as sextas no “O Estado de S. Paulo” e colaboro sempre que possível aqui no FFW. Adoro abordar temas que fazem as pessoas pensarem sobre comportamento de moda, sobre por que consumimos e como montamos nosso estilo. Às vezes me criticam demais porque eu pego pesado criticando o comportamento de consumo no Brasil. Quero fazer as pessoas pensarem. Fico feliz até com críticas negativas porque sei que as pessoas estão lendo! A ideia realmente é questionar para causar transformação. Eu quero ser esse agente da transformação na moda brasileira.

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