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    Altuzarra e Paulo Borges falam sobre a importância dos desfiles
    Altuzarra e Paulo Borges falam sobre a importância dos desfiles
    POR Redação
    Altuzarra Paulo Borges importancia desfiles

    O estilista Joseph Altuzarra e a CEO da grife Altuzarra, Karis Durmer, falam sobre a importância dos desfiles ©Reprodução

    Os desfiles ainda fazem sentido? Esse é uma das questões mais atuais e frequentes do mundo da moda, e não são apenas os estilistas que se fazem essa pergunta, mas também os CEOs, varejistas e jornalistas do setor. Em um mundo em que tudo acontece tão rápido e que as imagens se disseminam em questão de minutos pelo mundo todo através das redes sociais, por que investir nos desfiles?

    A questão foi abordada na semana passada no artigo “O novo poder do desfile”, coluna de estreia de Paulo Borges, que agora escreve semanalmente aqui no FFW. Para ele, o desfile vem a se somar com as possibilidades criadas pelas redes sociais. “Com a força da internet e das redes sociais, o desfile já não é mais feito para aquelas poucas pessoas em torno da passarela. Seu impacto e alcance se propagam em ondas no tempo e no espaço.”

    + Leia as colunas de Paulo Borges

    No início dessa semana, Isabel Tarrisse da Fontoura, analista de Negócios Internacionais da Apex, afirmou no Fórum Negócios da Moda que os desfiles das grifes nacionais e a existência de uma semana de moda bem estruturada são muito importantes para que o país se posicione internacionalmente. “Esses eventos são muito importantes para mostrar para outros mercados que existe um setor forte e organizado e ajudam as empresas a prospectarem compradores estrangeiros.”

    Entre os dias 27 e 28, aconteceu em Nova York o WWD Apparel & Retail CEO Summit, que contou com a participação do estilista Joseph Altuzarra e da CEO da grife Altuzarra, Karis Durmer. “Do ponto de vista comercial, você pode argumentar que, hoje, um desfile de moda não é necessário, mas Joseph e eu concordamos que é mais importante do que nunca ter um desfile de moda”, afirmou Karis durante o debate, de acordo com o Fashionista. “Se você é uma marca com a nossa idade, esse é o único ambiente em que as pessoas podem ver a visão de Joseph — nós não temos uma loja, um varejo. Para a indústria como um todo, é um mês em que o mundo está assistindo toda a genialidade que vem de fora, e coletivamente todos tiram benefício daquele momento.” Altuzarra observou que a marca não faz propaganda e que seus desfiles são o maior gasto de marketing da empresa.

    A Altuzarra foi criada há seis anos e faz a coleção de prêt-à-porter, uma linha de sapatos e vai lançar uma linha de bolsas em fevereiro. Recentemente, a grife fez uma coleção para a rede varejista Target. Além disso, tem o suporte do grupo Kering, uma das acionistas da marca. Mas até agora a Altuzarra não tem loja própria. Karis explicou que uma das características da Altuzarra é uma “abordagem lenta e constante” para que a empresa e o estilista tenham tempo para explorar e para cometer erros. “Só porque x marca fez isso ou a marca y fez aquilo não significa que seja o certo para nós”, disse.

    No painel, surgiu a questão se a colaboração com a Target teria prejudicado a imagem de luxo da empresa, ao que Karis respondeu que foi “uma oportunidade incrível”. “Quando falamos de orçamento de marketing, e sobre o que temos ou o que não temos, uma das nossas estratégias é alavancar parcerias para aumentar o reconhecimento da marca. As pessoas nesta sala conhecem o nome Altuzarra, mas fora daqui é um nome relativamente desconhecido. Através da Target, fomos capazes de gerar 3 bilhões de impressões na mídia.”

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