A partir desta semana, o FFW irá publicar matérias especiais sobre as principais multimarcas no Brasil. Essas lojas são fundamentais para estilistas e marcas brasileiras, uma vez que, através de seus espaços e sua relação calorosa com o cliente, fazem com que seus produtos alcancem um número maior de consumidores. Normalmente, as donas funcionam como radares e são responsáveis por levarem as novidades de moda para seu público.
Estreamos com a Dona Santa, aberta no Recife por Lília Santos há mais de 20 anos e hoje cuidada por sua filha Juliana Santos. “Comecei em 1998 e só em 2011 entrei na diretoria como sócia da minha mãe. No início, eu passei por todos os departamentos, acompanhava tudo de perto, das compras ao fechamento do caixa”, conta Juliana. Na época, a loja era conhecida como “a Daslu do Nordeste”.
Ela herdou o empreendedorismo da família e atualizou a Dona Santa para os tempos de hoje, fazendo parcerias com marcas internacionais, como Louis Vuitton, criando conteúdo através das semanas de moda no Brasil e no mundo e traduzindo as últimas tendências de moda para seus clientes. Hoje, a loja atende aos públicos feminino e masculino com um mix de marcas nacionais de roupas e acessórios.
A curadoria se equilibra entre marcas jovens e fashionistas, como Amapô e Vanda Jacintho, e nomes consolidados, como Reinaldo Lourenço e Tufi Duek, passando por grifes com viés mais comercial, como Richard’s e Levi’s.
Apaixonada por moda, Juliana acabou virando uma personalidade dentro e fora do Recife, incluindo seus 33 mil seguidores no Instagram, que acompanham seus looks e seu lifestyle glamouroso nas redes sociais.
Conheça mais sobre a Dona Santa abaixo, nas respostas de Ju Santos:
Quando a Dona Santa foi aberta?
Inauguramos em 1995.
Qual era o tamanho da primeira casa?
400 metros quadrados.
Como e onde ela começou?
Ela foi inaugurada no mesmo lugar que está hoje, no bairro de Boa Viagem, em 95 por minha mãe Lilia Santos. Na época, o formato de multimarca de luxo era maison fechada. Depois em 2001, quando já estava trabalhando, a loja passou pela primeira reforma, modernizando o ambiente e trazendo marcas mais jovens na época como a Maria Bonita Extra e Doc Dog. Em 2004, foi inaugurado o projeto que hoje existe com 1800 metros quadros. Incorporamos o terreno vizinho da casa, onde foi construído o prédio de três andares.
Com quais marcas vocês começaram?
Maria Bonita, Beneducci, Patachou, Renato Loureiro, Huis Clos, Lita Mortari…
Quantas marcas existem no portfolio de vocês hoje?
Em torno de 50, aumentando no verão.
E qual o tamanho atual da loja?
1800 metros quadrados.
Como você enxerga o varejo atualmente?
Num momento de muitos questionamentos sobre o mercado e onde vamos chegar. Há uma mudança de comportamento do consumo e ainda de calendário da moda. Isso exige um olhar ainda mais aguçado e veloz. Tempo, mais do que nunca, vale ouro. Cada minuto pode ser uma venda a menos que deixou de ser feita, seja pela concorrência, seja pela falta de atualização e dinamismo do negócio, seja pela momento econômico atual. Sem dúvida existe uma pressão maior, o que é mais desafiador e instigante.
Qual a importância da multimarcas para a moda brasileira?
As multimarcas são muito responsáveis pelo posicionamento de uma marca numa região. Hoje mesmo, as marcas que têm loja própria nas cidades, desejam estar em multimarcas por uma questão de posicionamento. Elas têm uma relação mais pessoal e direta com o consumidor final, o que também consegue se dar um feedback maior as marcas.
Como é a operação de e-commerce da Dona Santa?
A Dona Santa já realizava e vinha numa crescente de vendas para fora do Estado, especialmente para a região NE. Então, o e-commerce surgiu para profissionalizar esse tipo de venda. Hoje trabalhamos com o estoque da loja e ele funciona como um vendedor a mais vendendo para todo o Brasil. As vendas vem crescendo e, claro, estamos de olhos super atentos nessa fatia do mercado. Ele ainda fará um ano, mas estamos satisfeitos com o seu desempenho.
Dona Santa
Rua Professor Eduardo Wanderley Filho, 187, Boa Viagem, Recife