Não é de hoje que a moda está ávida atrás de novos materiais, principalmente para substituir o couro e outros tecidos de origem animal, à medida que o consumidor moderno tem demandado por produtos duráveis, mais sustentáveis e livres de crueldade animal. Primeiro veio o Mylo de Stella McCartney, seguido do Sylvania da Hermès e agora é a vez da gigante Kering – donas das marcas mais quentes do planeta – fazer sua investida na criação de um substituto para o couro animal.
O conglomerado de luxo realizou um significativo investimento, junto à Leonardo DiCaprio (e outras investidoras), na Startup VitroLabs originária de São Francisco e que se destina a produzir couro de laboratório.
A VitroLabs foi fundada em 2016 e desde 2018 tem trabalhado com a Kering para que o couro de cultura possa ser futuramente transformado em bolsas e outros artigos de luxo para as marcas do grupo. O movimento é parte da construção da estratégia de sustentabilidade do grupo. Em 2020, a empresa lançou seu primeiro relatório de sustentabilidade. Em 2021, anunciou sua decisão de parar de usar peles animais e até 205o, o grupo pretende zerar suas emissões de gases de efeito estufa.
Diversas marcas tem focadas em alternativas vegetais para o couro, como o caso de Stella McCartney (do grupo LVMH), com o Mylo (também de criação da startup MyloWorks), que busca simular a textura e funcionalidade do material biodegradável produzido das fibras do micélio de cogumelos. Já a VitroLabs usa células tronco para criar um material indistinguível ao couro, mas sem a necessidade de criar e executar animais. Esse tipo de tecido reduz o impacto ambiental da pecuária, apresenta uma alternativa à crueldade animal e supostamente tem pouca ou nenhuma diferença para o couro “verdadeiro”.
Mas, para que esse investimento realmente vingue, a VitroLabs tem que provar que seu couro pode passar de protótipo para um produto real e escalonável, para transformar um aglomerado de células tronco em uma verdadeira trama similar ao couro. Apesar disso, em entrevista ao BOF, ambas partes ainda não conseguem citar uma data para quando os produtos com o couro de cultura podem chegar ao mercado.