© Romeu Silveira
3º dia de desfile é tipo quarta feira (apesar de ter sido numa quinta). Bate aquele cansaço junto como a ansiedade pelo fim de semana (de moda). Ainda mais quando o primeiro desfile está marcado para as 11h da manhã e faz três dias que você dorme pouco mais de 4 horas por noite. Mas enfim, lá fomos nós para conferir o inverno 2011 de Walter Rodrigues.
Para esta temporada o estilista que adora um minimalismo, e mais ainda um japonismo, continua focado nas roupas para o dia. Fato que faz total sentido nessa sua nova fase com loja de rua, em São Paulo. “Pensei numa roupa que a mulher pudesse usar do dia à noite” , contou ao FFW para explicar a praticidade que permeia todos seus looks pretos, pontuados por alguns poucos listrados em branco e preto. Formas simples, silhueta alongada e algumas formas amplas falam dessa multi funcionalidade sempre elegante e sofisticada.
Ah, e tudo embalado por um trilha criada especialmente por Felipe Vanâncio. O DJ organizou um coral com mais de 20 crianças para cantar “Rosa de Hiroshima”, poema de Vinicius de Moraes, musicalizado pelos Secos e Molhados.
Têca © Agência Fotosite
De volta ao Píer Mauá, Helô Rocha continua sua fórmula de sucesso na Têca. A marca se tornou queridinha das garotas descoladas há algumas temporadas, e desde então vem investindo nessa imagem que mistura uma boa dosa de romantismo e feminilidade, com sensualidade e algo de força. Assim, sua mais recente coleção mistura a cultura japonesa _de onde vem as formas amplas, as peças derivadas do quimono e a estamparia_ com a lingerie do início do século 20.
Destaque para os acessórios lindos que Diego Catani desenvolveu para marca. Seguindo sua coleção de hits para Têca, o designer agora usou pedaços de louça quebrada para criar colares e brincos que eram praticamente um show a parte.
Na Totem foi o soul que deu o tom para coleção embalada no clima 70’s _que, aliás, tem tudo a ver com a marca. O mais interessante, para além das famosas estampas, formas amplas e influências da cultura negra, é o modo como o tema foi trabalho pela equipe de estilo de Fred D’Orey. Elementos do movimento que conta com James Brown, Sly Stone e Nina Simone como alguns de seus expoentes, vinham perfeitamente imersos no universo da grife, e com um jeito 100% carioca. De repente foi por isso que a coleção nem pareceu tão de inverno assim.
Printing © Agência Fotosite
A Printing que sempre gostou de um excesso, dessa vez segurou a mão e se focou sobre as texturas. Eram poucos os looks que vinham sem algum chamariz em sua superfície. E mesmo quando apareciam, traziam sobreposições de peças em tecidos de pesos diferentes. Porém, o que mais chama atenção no inverno 2011 da marca mineira são as cores _azul, amarelo fluo, laranja, verde e rosa_ que enchem de energia a coleção que traz bons looks ora estruturados, ora soltos em silhueta alongada, com alguma assimetria.
E para fechar, a TNG inspirando-se no movimento beatnik dos anos 50 e começo dos 60. Vem daí as peças básicas, do dia-a-dia, com um toque de rebeldia e intelectualismo característicos de tal geração, reforçados pelo sempre apurado e inteligente styling de Mauricio Ianês.