O Cure em sua formação mais icônica, com Porl Thompson, Boris Williams, Lol Tolhurst, Simon Gallup e Robert Smith ©Reprodução
Ninguém, mas ninguém mesmo, gostou do Cure tanto quanto eu entre 1986 e 1997. Fui apresentada à banda por uma amiga mais velha quando eu tinha 11 anos. Foi amor à primeira vista. No mesmo ano eles vieram ao Brasil pela primeira vez e eu fui proibida de ir ao show porque tinha tirado nota baixa na escola. Fiquei acompanhando ao vivo a transmissão pela Rádio Cidade (96,9)… Eu era muito ciumenta na época e fiquei com ódio da repórter que entrevistou o Robert Smith para a Globo, detestando qualquer mortal que chegasse perto do “meu” Robert. A mulher dele, então, Mary, me causava calafrios!
Bom, eu tive outras chances de ver o Cure ao vivo, no segundo show que a banda fez em São Paulo, e em mais duas ocasiões em Londres, em lugares menores. Por mais que nessa época, já era 1996, a vida em Londres me apresentava Oasis, Blur e Pulp, eu ainda sentia um friozinho na barriga e me emocionava quando via eles ao vivo. Robert Smith é um compositor maravilhoso e criativo e suas músicas climáticas e cheias de nuances criaram a trilha sonora de uma geração.
Mas com o passar dos anos, comecei a sentir que eles não estavam evoluindo musicalmente (meu ponto de vista). Ainda viviam no sonho Cure de décadas atrás, agora mais pesado e sem a mesma formação icônica. E como fã old school, eu sinto falta da composição com Simon Gallup (que voltou para a banda), Boris Williams, Porl Thompson e Lol Tolhurst. Para mim eles fazem diferença e é o mesmo de um Sex Pistols sem Sid Vicious, de um Guns sem Slash, de um Beatles sem Paul McCartney, de um Rolling Stones sem Keith Richards.
Pois agora a banda está de volta ao Brasil e promete um show de hits. Eu não estarei em SP, então não terei o prazer deste reencontro com meu amor de adolescência. De qualquer forma, podemos esperar pelos mesmos hits, pelo mesmo look, pelo mesmo Robert Smith.
As letras do Cure, junto ao visual de Robert, marcaram a geração 80, inspiraram outras bandas, personagens de filme (“Eduardo Mãos de Tesoura” e “Aqui é o meu Lugar”, com Sean Penn, por exemplo), e renderam muitos, muitos looks noite afora.
Se você é fã, novo ou antigo, vai gostar de relembrar as imagens abaixo.
O LOOK NO INÍCIO DE CARREIRA
Cabelos mais curtos e rosto limpo no início da carreira ©Reprodução
Em sua primeira formação, Robert Smith era um jovem com os cabelos mais curtos, mas já no processo de arrepio, e cara limpa, que dava para ver melhor seus lindos olhos azuis <3. As roupas já tinham um ar desleixado, já eram escuras e ele fazia bastante uso de ternos mais juntos, com tênis e botas.
E NO AUGE
Pôster de “Boys Don’t Cry” e uma das imagens mais clássicas de Robert Smith (com as nossas observações) ©Reprodução/FFW
Já com a banda estabilizada, ele deixou o cabelo crescer e começou a usar maquiagem. Olhos marcados, às vezes mais, às vezes menos, e batom vermelho borrado. O cabelo desfiado também passou por volumes e comprimentos diferentes. Enquanto Siouxsie, igualmente cabeluda e maquiada, inspirava o look das meninas, Robert, com suas marcas registradas, fez muitos meninos saírem de casa de batom vermelho.
A calça justa, usada com o tênis branco de cano alto “gordo” e desamarrado, é inesquecível e marcou o estilo dele. Para complementar, um paletó mais largo e comprido ou um cardigan puído e folgado por cima da camisa. Em alguns momentos, ele usa as camisas de bolinha, que também tornaram-se marcas do estilo de Robert Smith.
HOJE
Foto mais atual de Robert Smith em um prêmio da “NME” ©Reprodução
A mesma receita, com uma rápida observação: Robert não tem mais 30 anos.
MARY, A ESPOSA
Mary e Robert no dia do casamento ©Reprodução
Odeio a Mary, não vou comentar nada, gggrrrrrrlllllll
A PARCERIA COM SIMON GALLUP
Simon Gallup e Robert Smith ©Reprodução
O baixista Simon Gallup foi um grande amigo e parceiro criativo de Robert Smith. Simon entrou na banda em 1979 e contribuiu muito até 1982, quando saiu após uma briga com Robert Smith. Em 1984 Smith pediu a ele que voltasse e o convidou para ser seu padrinho de casamento. É o segundo membro da banda com mais tempo no The Cure. Muitos dizem que a relação deles foi além da amizade, mas de fato, eles formavam uma dupla e tanto.
LETRAS
Sequência de “fofices” de Robert Smith ©Reprodução/FFW
O Cure não fez sua discografia somente em cima de clássicos da melancolia como a “trilogia dark” (“Seventeen Seconds”, “Faith” e “Pornography”). Muito do carisma de Robert Smith também está nos gestos e nas letras cheias de “fofurice”, daquelas que fizeram faltar o ar nas jovens fãs sonhadoras como eu fui. Normalmente os clipes acompanhavam o clima. Em “Why Can’t I Be You”, Robert chegou a se vestir de ursinho…
Por exemplo, em “The Lovecats”:
We’re so wonderfully wonderfully wonderfully wonderfully pretty
Oh you know that I’d do anything for you
We should have each other to tea huh?
We should have each other with cream
Then curl up by the fire and sleep for a while
It’s the grooviest thing, it’s the perfect dream
You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water
You’re just like a dream
I’m coming to find you if it takes me all night
A witch hunt for another girl
For always and ever is always for you
Your trust
The most gorgeously stupid thing I ever cut in the world
E a melhor de todas nesse quesito, “Why Can’t I be You”:
Everything you do is irresistible
Everything you do is simply kissable
Why can’t I be you?
Everything you do is simply delicate
Everything you do is quite angelicate
Why can’t I be you?
Everything you do is simply dreamy
Everything you do is quite delicious
You’re simply elegant!
SERVIÇO
The Cure @ Rio
Data e horário: 4 de abril, às 21h30 (os portões abrem às 19h)
Local: HSBC ARENA (Av. Embaixador Abelardo Bueno, 3.401)
Preços: De R$ 200 a R$ 600
Ingressos: livepass.com.br
The Cure @ São Paulo
Data e horário: 6 de abril, às 19h
Local: Arena Anhembi (Avenida Olavo Fontoura, 1.209)
Preços: De R$ 275 a R$ 500
Ingressos: livepass.com.br