A diretora criativa Celina Hissa apresentou mais uma linda amostra do seu trabalho à frente da @catarinamina , marca cearense conhecida por seu riquíssimo trabalho manual. A trilha do desfile cantava que “artesanar é verbo”. Em sua segunda coleção na #SPFW, ela traz como novidade a inserção do bordado na seda, um trabalho primoroso que aparece em dois looks ao final do desfile. O crochê, que é o ponto de partida da marca, surge em uma versão dourada, que serviu como um ponto de luz ao longo da apresentação. As delicadas rendas de bilro e filé também ocupam papeis importantes nesta história.
Vale destacar a colaboração do stylist Dudu Bertholini, que além de assinar a edição de moda, ajudou na concepção dos acessórios desenvolvidos pelo stylist cearense Davi Moraes. “Cada peça que eles me mostravam, eu pedia para aumentar o tamanho ao máximo”, comentou Dudu em meio ao camarim lotado minutos antes do desfile começar. A dica deu certo e os maxi brincos, braceletes e as palhas de bananeira e taboa que brotavam de sapatos e bolsas, trouxeram um elemento maxi que casou bem com o minimalismo das formas das roupas.
O trabalho da Catarina Mina coloca em prática tudo o que ouvimos falar acerca de responsabilidades ambiental e social. Poderia ser uma utopia, mas a ótima notícia é que ele funciona e existe além da passarela, impactando cerca de 300 bordadeiras. Suas bolsas e roupas vendem no Brasil e fora, em uma escala possível – uma vez que o tempo de produção que as peças demandam seja respeitado. É uma roupa linda, usável, brasileira e tecida a muitas mãos. São peças que, quando nascem, já têm história para contar.
Como Dudu lembrou em nossa troca de backstage, há 15 anos Celina começava uma conversa entre artesãs e público e foi a primeira a colocar o nome dessas profissionais nos produtos. A sala lotada no desfile e os aplausos calorosos do final são uma coroação merecida desse trabalho de formiguinha, que aos poucos vai conquistando cada vez mais espaços e concretizando os lugares bonitos que a moda pode ocupar.