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    Filas destroem a experiência de compra?

    A estratégia de manter certa atenção e exclusividade pode sair pela culatra e afastar os consumidores.

    Filas destroem a experiência de compra?

    A estratégia de manter certa atenção e exclusividade pode sair pela culatra e afastar os consumidores.

    POR Vinicius Alencar

    Na Louis Vuitton, Balenciaga e Hermés, em Paris, já virou parte da paisagem as extensas filas que se formam em suas entradas. Diariamente se reúnem uma leva de clientes – majoritariamente asiáticos, seguidos de russos e, muitas vezes, brasileiros.

    Recentemente esse comportamento passou a ser visto em alguns endereços da Chanel – mesmo com os aumentos vertiginosos que seguem a todo vapor elevando o preço especialmente das bolsas. Antes limitados a algumas capitais, agora isso se tornou comum ao redor do globo.

    E a pergunta que fica é: fila para comprar uma peça ou objeto não é a antítese do que a experiência exclusiva de compra e aquisição prega?

    Num mundo pós-pandêmico isso ter se tornado praxe mostra como comprar uma peça de roupa e a última versão de um iPhone se tornaram cada vez mais parecidas. Em um artigo recente, Imran Amed, fundador do BOF, questionou justamente executivos de diferentes marcas do porquê isso vem aumentando e a resposta invariavelmente girou em torno de: “garantir que cada cliente tenha mais privacidade e cuidado por parte do time de vendas“.

    Mas será mesmo? Em casos como a Supreme, consolidada por suas edições concorridas e ultra limitadas, o sinônimo do sucesso se dava pela fila virando a esquina. Mas era algo que mais se aproximava das filas para conquistar itens de collabs da H&M no final dos anos 2000, do que um comportamento para obter um objeto especial.

    Curiosamente, segundo o Wall Street Journal, quem vem se destacando por ir na contramão desse comportamento é a Uniqlo, rede japonesa de essenciais, que investiu alto em tecnologia para acelerar ao máximo a experiência de compra: um sistema que lê o valor do total das peças sem ter que ler item por item, radiofrequência que diminui filas, estoque inteligente e outras ferramentas com soluções eficazes.

    Essa banalização do consumo baseada no velho ditado “se tem fila na porta, é porque é bom” – conhecido por nós brasileiros – parece ser a nova estratégia dos conglomerados.

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