O estilista da Burberry Christopher Bailey entre Suki Waterhouse e Cara Delevingne ©Reprodução
Desde o início deste ano, Christopher Bailey acumula as funções de diretor criativo e CEO da Burberry – ele assumiu o posto deixado por Angela Ahrendts, que agora é vice-presidente sênior das lojas da Apple. Por isso, e também por manter as vendas da grife britânica em constante crescimento, o estilista achou que era hora de pedir um aumento: ele levou aos acionistas da marca uma proposta salarial multimilionária de £ 28 milhões por ano (cerca de R$ 105 milhões).
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A negociação gerou grande repercussão (tanto positiva, quanto negativa) na imprensa especializada nos últimos dias e o conselho da Burberry votou contra a proposta em sua última reunião nessa sexta-feira (11.07). Com isso, Bailey continuará a receber o mesmo salário que foi acordado em 2013: £ 10,3 milhões (ou quase R$ 40 milhões), somando bônus e participações nos lucros.
“Há um ano, nós estávamos competindo com outras ofertas de emprego para Christopher, que eram bem mais altas que este pacote atual. O conselho considerou que era essencial retermos Christopher no negócio, levando em conta o grande valor que ele construiu e ainda vai criar no futuro”, afirmou o presidente da Burberry, Sir John Peace, ao portal “WWD”. Em seguida, ele completou: “Nós sabemos que pagamos para ele uma grande quantia, mas grande parte disso é relacionada com sua performance – que ele apenas receberá se a Burberry também conquistar bons resultados.”
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Mesmo diante do declínio de sua proposta, o estilista não se deixou afetar. “Eu tentei não deixar que as matérias publicadas na imprensa afetassem o que eu estava fazendo, e eu acredito que tudo deva ser questionado – e ser transparente”, afirmou ele também ao “WWD”.
Mas, certamente, Bailey não é o primeiro CEO a ser objeto de críticas no mundo da moda com relação ao tamanho de seu salário, bônus e participações. Seu contracheque está alinhado, por exemplo, com o da CEO e presidente da Kate Spade, Deborah Lloyd, e é apenas um pouco superior ao de Michael Kors, presidente e CEO da grife que leva seu nome.
Mas agora que saiu da mira dos acionistas (pelo menos por enquanto), Bailey pode retornar ao ateliê. “Sinto-me desafiado, como me senti nos últimos 13 anos”, completou. “A pressão precisa existir e eu gosto de liderar um time de pessoas para levar a marca para onde ela deve chegar.”