De olho no forte movimento que o sportswear e o streetwear vêm provocando na moda nos últimos anos, o grupo Vulcabrás Azaleia contratou Alexandre Herchcovitch como Head de Estilo, supervisionando todas as marcas do grupo, porém com foco na Olympikus, que voltou a ser líder de vendas do setor de tênis no Brasil após ultrapassar a Nike em 2017. “Com certeza a gente vem acompanhando todo esse movimento. O negócio dos calçados e vestuário esportivo saiu das quadras para o cotidiano das pessoas muito fortemente. E não só por estilo, mas pelo conforto e benefícios que esse tipo de roupa e calçado traz para os consumidores”, diz ao FFW Pedro Bartelle, CEO do grupo.
No ano passado, o conglomerado teve um faturamento de R$ 1.263 bilhões, contabilizando 24,4 milhões de pares de calçados e peças de roupas vendidas entre todas as suas grifes (Azaleia, Olympikus, OLK, Dijean, Opanka e Botas Vulcabrás). A empresa passou por um turnaround que teve duas fases: uma reestruturação da metade de 2012 ao fim de 2014, seguida de modernização da administração, com um trabalho específico de gestão de marca e inteligência de mercado, otimização da produção e alta tecnologia nos produtos. “A ideia de trazer o Alexandre para empresa começa por nós termos feito uma operação muito boa nos últimos anos, que trouxe a Olympikus na liderança. E o próximo ponto seria alcançar a liderança no que diz respeito ao vestuário e acessórios”.
Herchcovitch já havia trabalho com a Olympikus entre 2003 e 2004 quando foi convidado para desenhar os uniformes dos atletas nos Jogos Olímpicos e no Panamericano. “Acreditávamos que já era o momento ideal dele voltar, mas não com um projeto e sim se integrando ao grupo, que é uma das maiores empresas de calçados do Brasil. Nada melhor do que pensar em um nome compatível com o tamanho da empresa. Nosso principal objetivo com essa contratação é que ele traga sua experiência e nos ajude a fazer a Olympikus democrática também no vestuário. A ideia é democratizar o vestuário como fizemos com o calçado”, conta Pedro.
O universo streetwear e esportivo sempre estiveram presentes no trabalho do estilista. Ao longo de sua carreira, Herchcovitch criou coleções inspiradas em futebol americano, surf, mergulho (este último na Rosa Chá) e mais recentemente, na À La Garçonne, que tem uma veia street bem forte.
Leia abaixo a conversa com Alexandre Herchcovitch sobre seu novo papel dentro do grupo.
Como aconteceu o convite? Era algo que você esperava?
Eu não esperava não. Fui apresentado ao Pedro Bartelle por um amigo em comum e começamos a conversar sobre a possibilidade de eu fazer algum tipo de trabalho na companhia e na marca Olympikus. Após algumas conversas entendemos que poderia contribuir com meu olhar sobre o esporte, moda, tecnologia têxtil e tudo mais. O trabalho na Olimpíada foi marcante e extremamente importante para mim, onde o foco principal foi ajudar a performance dos atletas através da roupa. Um projeto inesquecível.
No que consiste seu trabalho?
Sou Head de Estilo da companhia Vulcabrás Azaleia. Meu foco inicial é a marca Olympikus onde estou desenvolvendo produtos de moda com inspiração esportiva e também olhando para as coleções especificamente esportivas, como fitness, active, running entre outras linhas. E oportunamente, contribuirei para as outras marcas do grupo.
Existe o desejo por parte da empresa de se aproximar mais desse movimento de streetwear e sportswear ligado à moda de uma maneira mais forte?
Sem dúvida! Com todo know-how, experiência e tecnologia que envolvem todos os produtos na Olympikus, nada mais natural e acertado do que entrar neste universo que cada vez mais mostra-se muito forte e não passageiro. Não vejo a hora de colocar em prática tudo que estou imaginando!
Como é o seu esquema de trabalho e como divide seu tempo com a À La Garçonne?
Estou acostumado a dividir meu tempo entre diversas atividades desde sempre. Continuo com força total como estilista e diretor de novos negócios na À La Garçonne. Vou à fábrica/escritório de desenvolvimento no Rio Grande do Sul semanalmente, essa dinâmica não é difícil para mim. Encontrei na Vulcabrás um pensamento bastante inteligente e contemporâneo e continuar trabalhando na À La Garçonne é importante para que meu trabalho permaneça dinâmico. A troca de expertises, métodos e práticas é sempre muito saudável.