James Franco na entrada da loja masculina da Gucci, no shopping JK Iguatemi ©Carla Valois/FFW
Entrevistar James Franco no coquetel da inauguração oficial da loja masculina da Gucci no shopping JK Iguatemi, em São Paulo, foi uma missão quase tão impraticável quanto àquelas encaradas por Tom Cruise na franquia hollywoodiana “Missão Impossível”. Imediatamente após a chegada do ator, um séquito de assessores de imprensa, fotógrafos, jornalistas e, claro, fãs o rodearam, tornando inviável qualquer aproximação.
Já dentro da loja, Franco permaneceu ladeado por convidados que disputavam a qualquer custo uma palavra sua. Depois de cerca de 20 minutos preso na ala de acessórios, os assessores da Gucci e do próprio ator conseguiram leva-lo ao espaço onde as peças de prêt-à-porter se encontravam. No entanto, o local era ainda menor que o anterior e tornou-se uma espécie de gaiola, na qual seguranças compunham uma barreira humana em torno do ator.
Roberto Paz, presidente da Gucci na América Latina ©Carla Valois/FFW
Apesar de todo o tumulto causado pela presença de Franco, o restante do coquetel foi tranquilo. Roberto Paz, hoje presidente da Gucci na América Latina, mas na marca italiana desde 1995, onde foi inclusive vice-presidente executivo na América do Norte, fez as honras do evento e, com muita gentileza, mostrou e contou detalhes sobre a loja masculina, e revelou ao FFW que estava se mudando para São Paulo ainda neste ano.
Como foi a decisão de trazer esta loja masculina da Gucci para o Brasil?
É a primeira flagship masculina da América Latina. A ideia surgiu da seguinte forma: nós temos uma loja no shopping Iguatemi, e outra no shopping Cidade Jardim, e não queríamos ficar fora deste projeto que é o JK Iguatemi, mas também não queríamos fazer outra loja feminina, já que o Iguatemi fica a 10 minutos daqui. Eu tinha que pensar em uma coisa diferente. Conversei com o Carlos Jereissati [Filho] e ele ficou apaixonado pela ideia, até porque o homem tem sempre uma coisinha no canto, raramente é o foco.
E está dando muito certo, está funcionando. Estamos ganhando cada vez mais parte nesse mercado, as pessoas estão entendendo. No início, as mulheres entravam e ficavam meio surpresas que a loja era apenas masculina, e argumentávamos: “Fizemos uma loja para o seu marido”.
Mas você acredita que o homem brasileiro já está pronta para uma loja deste porte?
Você não faz ideia de como as pessoas estão aceitando e vindo nesta loja; é impressionante. Pelo contrário, nós temos uma clientela muito grande, não só de São Paulo, mas de todo o Brasil.
Vitrine da loja masculina da Gucci, como imagem da campanha do serviço “made to measure” ao fundo ©Carla Valois/FFW
E o serviço “made to measure” tem uma boa demanda?
O nosso melhor cliente hoje em dia é o próprio Carlos Jereissati [Filho] [CEO do grupo Iguatemi]. Quando nós abrimos a loja, ele encomendou quatro ternos, agora já encomendou mais. É uma coisa que quando você se habitua, não consegue mais comprar um terno de prêt-à-porter, porque a peça é feita em cima do seu corpo, das suas medidas, é o tecido que você escolhe, então o “made to measure” e o “made to order” são a nossa alta-costura.
O serviço funciona da seguinte forma: temos vários termos-base, o cliente experimenta e nós tiramos as medidas, ele então escolhe o tecido, aquilo vai para a Itália, onde é confeccionado, e volta pronto. Com os sapatos é a mesma coisa.
O projeto da loja foi todo da Frida Giannini?
Todo o projeto é dela, e é totalmente diferente do que temos nas lojas femininas. A cor do mármore, o tapete, as cores são mais masculinas, a gente já não tem muito dourado aqui, usamos mais a madeira, a cor preta, a loja tem um ar mais masculino. Quando você vai às outras lojas, elas têm um ar de Frida [Giannini], mais feminino, mais doce.
Você pode citar cinco best-sellers da loja?
Sem dúvidas, não posso esconder que o departamento de sapatos é um sucesso, principalmente o [modelo] “Driving” e o loafer, que está fazendo 60 anos e faz parte da nossa história, acho que com essa fivela qualquer um sabe que é Gucci. Vou te dizer que 30% do nosso business com sapatos vêm através do loafer, depois o “Driving” e, logo em seguida, os tênis.
Modelo “Driving”, um dos best-sellers da loja masculina da Gucci ©Carla Valois/FFW
O loafer, que é um dos best-sellers da loja masculina da Gucci ©Carla Valois/FFW
O nosso departamento de bagagem, carteiras e pastas é também muito importante e é a parte pela qual a Gucci é conhecida. Os acessórios são, sem dúvida, o forte da loja masculina, inclusive as bolsas. A loja masculina está cumprindo o esperado, está sendo absolutamente lucrativo, é uma pena eu não ter pensado nisso antes [em inaugurar uma loja masculina no Brasil].
Com que frequência as novidades chegam na loja?
Uma ou duas vezes por semana; é bastante. Agora, por exemplo, já estamos começando a receber a Cruise Collection de 2012.
A Gucci pretende adotar um embaixador brasileiro, além do senhor?
Ah, são tantos embaixadores que eu gostaria. [Risos] Acho que a Gucci tem tanto glamour e história, que é difícil encontrar uma pessoa só para ser embaixador, tem que ser a combinação de várias qualidades, mas eu ainda não encontrei.
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