Por Guilherme Meneghetti
Sara Hini nasceu na Argélia e cresceu em Montreal. Junto com a fotógrafa canadense Cassandra Cacheiro, criou a Aye Mag em 2015, uma revista independente online baseada em Montreal, cujo objetivo é apoiar novos artistas nacionais e internacionais, principalmente os jovens, aqueles que arriscam todas as fichas para alavancar a carreira expressando suas ideias através da arte.
Ambas feministas, elas sabiam que muito estava sendo discutido sobre. Porém, sentiram falta do tema no que diz respeito à fotografia. Foi quando, em outubro do ano passado, criaram o The Womanhood Project, um lindo projeto que visa compartilhar experiências reais de mulheres anônimas com perfis diversos, numa faixa etária dos 20 aos 35 anos, evidenciando temas inerentes ao universo feminino – os retratos íntimos são fotografados por Cassandra e Sara comanda a direção criativa. 20 mulheres foram inicialmente selecionadas por meio de um anúncio feito nas redes sociais, que teve interesse surpreendente, mesmo sendo divulgado sobre os retratos íntimos e a exposição dos problemas pessoais.
Todas as quintas-feiras uma nova entrevista é lançada. Algumas perguntas pontuam a maioria delas, que são feitas em inglês e francês – uma vez que ambos os idiomas são vernáculos em Montreal. Dentre outras, perguntas como “Qual foi a sua maior luta enquanto mulher?”, “Como é a sua relação com o seu corpo?” e “Qual é a sua definição de feminilidade?” guiam as conversas que demonstram e conscientizam a realidade das mulheres sobre gênero, aborto, abusos, pelos no corpo, maternidade, saúde mental, dentre muitos outros.
“Queremos mostras as mulheres que encontramos nas ruas, mulheres que nos rodeiam; nossas mães, irmãs, filhas, amigas…”, disseram à revista canadense Urbania. “Acreditamos que estas mulheres merecem e precisam estar mais presente nos meios de comunicação, uma vez que são elas que representam a maioria da realidade”.
A primeira entrevistada, Alexa-Milena, de 26 anos, desabafa: “Ao longo do caminho, percebi que ninguém pode fazer com que eu me sinta bem ou mal em relação ao meu corpo, que é a mente acima de tudo e eu tive a escolha se eu iria passar o resto da minha vida sentindo pena de mim mesma ou eu iria descobrir uma maneira de estar confiante novamente”.
Veja todas as entrevistas em ayemag.com/womanhood.