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    POR Redação

    Marissa Mayer, CEO do Yahoo!, grávida com um vestido Prada em ensaio para a “Vogue” America ©Reprodução

    O Vale do Silício, região que engloba Palo Alto, Santa Clara e San José na Califórnia, é conhecido por ser o maior polo tecnológico do mundo, hospedando sedes de empresas como Intel, Google, Apple e outras centenas de gigantes da informática. Assim sendo, é também a casa de alguns dos milhares novos gênios desta geração – filhos indiretos de Steve Jobs e Bill Gates -, um mar de jovens líderes milionários e bilionários de vinte e poucos anos, usando seus tênis, jeans, camisetas e blusas amassadas. Em meio a esse clima desleixado, despreocupado e endinheirado encontram-se 5% de mulheres no comando. Mulheres como Marissa Mayer, ex-porta-voz do Google e atual CEO do Yahoo!, e Ruzwana Bashir, diretora executiva da Peek, uma empresa virtual de viagens, entre outras dezenas de líderes que enfrentaram e enfrentam um preconceito oculto em relação a algo tão comum fora do mundo tecnológico: a moda. Neste fim de semana, o jornal “The New York Times” publicou um texto abrindo a discussão e ao mesmo tempo mostrando a luz no fim de túnel.

    “No início da minha carreira, se eu tivesse que escolher entre usar uma saia ou ser levada a sério, eu escolheria ser levada a sério”, diz Sukhinder Singh Cassidy, ex-executiva do Google e que agora coordena um website de compras de moda focado em vídeos. O medo da falta de respeito é denso em um ambiente relativamente machista e dominado por homens há décadas. “A ideia no Vale do Silício é de que se você se veste bem, então é inconcebível que possa ser inteligente; ou então é das relações públicas, mas jamais alguém que conseguiria coordenar uma empresa”, completa Leila Janah, empresária em tecnologia. “Eu me lembro vagamente de tentar usar Adidas com jeans e blusa sobre uma camiseta, mas percebi que estava tentando me vestir como uma jovem geek de tecnologia, e aquilo não era quem eu sou”, cita Janah sobre o começo de suas experiências na capital da informática. Aparentemente, restava às mulheres “invasoras” seguir dois estilos: o look nerd descompromissado ou o clássico terninho, uma imagem-resquício das executivas e advogadas em Wall Street, que vemos em fotos, filmes e seriados.

    Jan Levinson, do seriado “The Office” (2005-hoje), e Leslie Winkle, de “Big Bang Theory” (2007-hoje), representam os dois estereótipos das mulheres inteligentes: a executiva poderosa e a nerd desleixada ©Reprodução

    Apesar desta batalha muda e invisível ainda acontecer, os tempos estão mudando e as mulheres estão ditando quem elas realmente querem ser. No ano passado, durante a festa para a exposição Numéros Privés, o presidente da Chanel, John Galantic, decidiu sentar-se não com Diane Kruger, Jessica Alba e Rachel Zoe, presentes na festa, mas sim com a CEO do Yahoo!, Marissa Mayer, e Alison Pincus, uma das fundadoras do One Kings Lane, um website de compras. Mayer usava um vestido cinza bordado Chanel, e Pincus, um conjunto preto clássico também Chanel. Jovens empresárias como estas encontram-se cada vez mais à vontade para demonstrarem o gosto pela moda, sem sofrer com a sombra da superficialidade.

    À esquerda: Lauren Lyon, diretora de parcerias da Samasource e Leila Janah, a fundadora. À direita: Marissa Mayer e a designer de joias Monique Pean ©Reprodução

    Gladys Perint Palmer, diretora da escola de moda na Universidade de São Francisco, diz que “se uma mulher se veste bem, também se sente mais confiante, esteja ela no Vale do Silício ou em Hollywood; é biológico”. Além disso, vestir-se bem tem outras vantagens. “O Vale do Silício é definitivamente um ambiente meritocrático, mas uma vez em um cargo de importância, não é uma coisa ruim que você não seja igual às outras dez pessoas na sala”, diz Gouw Ranzetta, uma investidora na Accel Partners, uma empresa de capital de risco. “Você pode ser uma mulher muitíssimo bem sucedida, inteligente e eficaz, mas ainda assim, feminina”, encerra Ruzwana Bashir, que usa saltos Louboutin e braceletes Hermès em seu dia a dia de trabalho. Apesar de ainda existir em alguns nichos a ilusão de uma relação entre a incompetência profissional e a preocupação com a aparência, a libertação feminina em ambientes de trabalho predominantemente masculinos está acontecendo. Também vale notar que, de certa forma, a moda é apenas a comissão de frente para um desfile de quebra dos preconceitos que a sociedade tem com as mulheres.

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