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    O artista Steve Kim fala ao FFW sobre seu mix de tinta a óleo e Photoshop
    O artista Steve Kim fala ao FFW sobre seu mix de tinta a óleo e Photoshop
    POR Redação

    “Trio”, 2009 ©Steve Kim/Reprodução

    O artista plástico Steve Kim, nascido em 1981 na Coreia do Sul e radicado nos Estados Unidos, é dono de uma obra atual e diversificada. De um lado, é possível encontrar pinturas com leves influências expressionistas, em que a tinta a óleo e as telas são as matérias-primas, resquícios da formação clássica de Kim; de outro, há as experiências com ilustração, que unem técnicas tradicionais de desenho a recursos digitais, como “Photoshop” e “Illustrator”.

    Com exposições em grupo e solo no currículo, Kim também leciona no Art Center College of Design, faculdade em que estudou na Califórnia, e posta todos os seus trabalhos em um seu site e blog. O FFW entrevistou o artista, que contou um pouco sobre início de sua carreira e falou de suas inspirações, além de como usa a tecnologia para criar ilustrações.

    Como começou o seu interesse por ilustração? 

    Eu frequentei o Art Center College of Design para ilustração, mas, nessa época, eu estava mais interessado em belas artes. Só alguns anos após a graduação na faculdade que me ocorreu entrar no universo da ilustração. Sou a única pessoa na minha família envolvida com artes, mas eles têm apoiado extremamente a minha carreira.

    Você é influenciado pela arte e cultura coreanas?

    Eu sou tecnicamente a primeira geração coreana-americana porque eu nasci em Seul, mas imigrei para os Estados Unidos quando tinha apenas dois anos, então não tenho nenhuma memória real da Coréia [do Sul]. Com o amadurecimento, eu tenho apreciado mais a filosofia oriental, em particular o Budismo, o que é um pouco raro já que a educação artística nos Estados Unidos é esmagadoramente ocidental. É difícil apontar influências já que a arte coreana é, em geral, ofuscada pelas artes japonesa e chinesa.

    “Women’s Work“, 2010 ©Steve Kim/Reprodução

    Como você inicia uma ilustração? Você já tem uma ideia na cabeça ou ela surge após os primeiros rabiscos?

    Eu passo muito tempo desenhando, literal e figurativamente, do meu material de referência. A princípio, eu não tenho muito um plano, mas a partir do momento em que eu começo a desenhar e me ponho confortável, as ideias começam a pipocar automaticamente.

    Que materiais você geralmente usa?

    Para as minhas ilustrações, eu começo com grafite e lápis de cor e termino colorindo no Photoshop. Meu trabalho autoral era, por muito tempo, em tinta a óleo, mas, recentemente e pela primeira vez, eu tenho utilizado guache e estou gostando muito.

    “fluffed.2” e “saltless” ©Steve Kim/Reprodução

    Como você decide a quantidade de recursos digitais (Photoshop e Illustrator, principalmente) que vai usar?

    Apesar do trabalho sempre começar a mão, eu não tenho problema em “dispensar” o manual para o resultado final. Depende do objetivo. Eu pessoalmente adoro softwares e gosto de aprender a usar e trabalhar com diferentes tipos deles – vetor, bitman, motion, 3D. Eu sinto que os softwares constantemente me educam quanto a o que é possível em uma imagem e em mim.

    Você vê conexões entre as formas e as cores que você mais utiliza e a sua personalidade e os seus sentimentos?

    Sim, talvez até demais. Sou extremamente organizado e prezo muito a ordem, a precisão e os ângulos retos. Geometria era a minha matéria favorita no colégio. Eu sou implacavelmente mínimo. Mas eu tento controlar um pouco esses traços de personalidade enquanto eu estou trabalhando porque, por mais que eu anseie por controle, sei que no final é mais sobre serendipismos (acaso), mistério e deixar fluir.

    “supersecretpowwow” e “Rivers Cuomo Pelvic Head” ©Steve Kim/Reprodução

    Suas ilustrações parecem possuir uma conexão com imagens de moda e há a utilização de muitos símbolos. Isso é intencional? Se for, o que você pensa sobre moda e qual a sua relação com essa indústria?

    Não era intencional no começo, mas acho que agora é. Eu amo moda, mas levou muito tempo para eu me deixar perceber isso. Inicialmente, a ambivalência veio da tentativa de conformar certos ideais de juventude com masculinidade e firmeza. Então, depois, na minha educação artística, beleza e comércio eram noções regularmente violentadas e recusadas. Levei um tempo após a pós-graduação a aquecer-me para o mundo fora da “bolha da arte”. Pessoalmente é um sonho meu trabalhar com marcas de moda icônicas, realmente, no entanto, eu não sabia nada de moda. Mas estou aprendendo, acho que moda é complicado.

    “Kitsune Noir Diorama”, 2008 ©Steve Kim/Reprodução

    Como você descreve sua obra? Você já encontrou o seu “estilo”? Quando isso aconteceu?

    Eu quero que meu trabalho seja bonito, digno, não-trivial, talvez até um pouco majestoso. Ilustração é uma área comercial, mas, em primeiro lugar e, sobretudo, é arte, e eu faço tudo o que eu posso para impregná-la com integridade. Meu estilo de ilustração veio espontaneamente e sem muita experiência em técnicas de ilustração em si, mas eu venho fazendo imagens durante toda a minha vida e acredito que isso ajudou a respeito. Ainda falta muito por vir.

    Você costuma fazer exibições em galerias ou, como você geralmente mostra seu trabalho?

    Eu mostrei meu trabalho autoral em Portland, Berkeley, São Francisco e por toda Los Angeles. Eu estarei participando de “Incognito” no Museu de Arte de Santa Mônica em março deste ano. Na maioria das vezes eu posto um monte de coisas online, sobretudo no meu Tumblr.

    “Dolly and Burt”, 2008 ©Steve Kim/Reprodução

    Quais são suas referências em música, cinema e até outros pintores e ilustradores? O que te inspira?

    Meu ilustradores preferidos são Jesse Auersalo e Jules Julien. Eu também adoro Angie Wang, Sam Wolfe Connelly, Piotr Buczkowski, Yukari Terakado, “Oh Yeah Studio”, Yury Ustsinau, Mario Hugo, Amy Martino, Kilian Eng, Odile van der Stap, Andrew Archer. Pintores: Stephan Balleux, Stylianos Schicho, Daniel Dove, Alexander Tinei, Amir Fallah, Robert Miniverni, Fuyuko Matsui, Kazuki Takamatsu, Gavin Nolan, Linda Stark, Kelsey Brookes, Sam Gibbons. Com relação à moda eu gostaria de ser qualificado para dizer, mas eu realmente gosto de Martin Margiela quando vejo o que aparece no Google. Eu posto muitas inspirações em blog.fluffyfluffy.com.

    Na maioria das vezes, por mais clichê que pareça, eu sou inspirado pelo mundo.

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