“O que importa é soltar a franga”, disse Cibelle em entrevista ao FFW, resumindo em uma frase o próprio trabalho. A cantora tocou nesta quinta-feira (11/02) no Estúdio Emme em São Paulo, e apresentou _na íntegra, da primeira à última faixa_ seu disco mais recente, “Las Venus Resort Palace Hotel”.
Muito do show é sobre o statement: no palco está Sonja Kalecallon, amparada pela banda Le Shark e um figurino exuberante (hot pants azul, meia calça transparente, top, pérolas, penduricalhos, anéis que piscam, boá de penas e óculos escuros) e o máximo de brasilidade possível. Rebolado de Ivete, cabelo de Luis Caldas, sensualidade de Gal Costa nos anos 1970, dramaticidade e pés no chão de Bethania, tudoaomesmotempoagora. Tem que ser tupiniquim pra entender.
A alta voltagem de energia no palco quica entre vocalista e banda: é empolgante de assistir, mas tanta abravanação às vezes prejudica a performance vocal de Cibelle. Algumas das suas melhores faixas, como “Escute Bem” e “Frankenstein” perdem força. Assim como a insistência em tocar guitarra em quase todo o show, se atrapalhando entre versos e vocais.
Nos highlights, a confusão deliciosa de reverb e voz em “Melting The Ice”; a doçura de “Sapato Azul” (que virou um sapato de verdade da Melissa!) e “Braid My Hair”, em um momento “Hashtag #ficaadica”, brincou Cibelle com a plateia. Que aliás, era composta pelo alto clero da abavação paulistana _incluindo Rick Castro_ e gente como Pitty e Carô, da Amapô, Edu Chalabi e muitos outros.
Mas o melhor momento foi “Sad Piano”, sozinha no palco sob luz dramática, seguida pouco depois por “Its Not Easy Being Green”, cover bem-humorado dos Muppets. O cabaré de Sonja acabou ali, mas a noite ainda foi longe…
Twitter: twitter.com/cibellecibelle
Myspace: myspace.com/cibelleblackbird
Facebook: facebook.com/pages/Cibelle