MNISIS

Mnisis, Coleção CAMA | Divulgação

A Mnisis surgiu em 2019, em Florença, durante a pós-graduação de Marina Costa, diretora criativa da marca. Hoje baseada em São Paulo, a Mnisis começou, a princípio, como uma etiqueta de acessórios, mas logo colocou em prática os planos de expandir para o vestuário em 2020, com a coleção Debutante e posteriormente a coleção Cama.

Durante sua pós-graduação, Marina Costa estudou o uso de materiais não convencionais, em especial, a resina, que se tornou parte do DNA da Mnisis e resultou na criação dos primeiros acessórios que alavancaram a marca para cair no gosto do público. Apesar de ser usado principalmente nos acessórios, a diretora criativa afirma o desejo de usar esse material não-convencional também no vestuário e em outras construções.

“Acredito que será um momento muito importante de reconhecimento de marca, e uma oportunidade de awareness, tendo no SPFW uma plataforma para divulgar um trabalho autoral e mostrar este novo olhar para a moda nacional. E em termos do que representa, eu diria que um amadurecimento da marca. Encontrei esses dias um caderninho meu onde eu tinha recortes de revistas de moda, um delírio que eu amava! Estrear no spfw agora é uma alegria para a Marina de 15 anos!” afirma Marina, sobre suas expectativas de estrear nas passarelas da São Paulo Fashion Week. 

Para a nova coleção, ela nos conta que podemos esperar manipulações de tecidos, acessórios inusitados, um toque de técnicas manuais e artesanais. Tudo fechado com o típico ar irrevente da Mnisis.

VON TRAPP

Von Trapp | Divulgação

A Von Trapp propõe a criação de novos modos de expressão por meio de roupas, personas, objetos, e performances criando imagens arquetípicas, de sonho, empoderamento e igualdade. A marca pauta o uso de matéria-prima nacional, estoques vintage, bem como de resíduos têxteis para propor uma renovação das peças, que passa também por uma cadeia produtiva local e pelo trabalho manual. 

Nascido em Valparaíso, no Chile e radicado no Brasil, Marcelo Von Trapp criou sua marca em 2017, em São Paulo, após 15 anos trabalhando na indústria nacional. A expertise de Marcelo une o savoir-faire chileno com a liberdade brasileira para criar peças com grande consciência corporal e movimento, bem como refino estético.

Para sua estreia no SPFW, a marca apresenta uma imersão 3D surrealista dentro do universo da Von Trapp. A pesquisa da marca é baseada na reflexão sobre encontros com o mundo espiritual, as dualidades de luz e sombra dentro de todos nós e as revelações da natureza. 

“A maior expectativa [de estrear na SPFW] é estar presente dentro do calendário e de renovação, conseguir trazer uma frequência diferente para o nosso trabalho, nossa criação, a forma de conduzir as coisas. Uma renovação de ciclos que chega para mostrar que estamos vivos.” conta Marcelo Von Trapp. 

BOLDSTRAP

Boldstrap | Divulgação

Já veterana da Casa de Criadores, a BoldStrap se prepara para sua estreia nas passarelas digitais da São Paulo Fashion Week. Baseada em São Paulo, a marca surgiu junto com um movimento de libertação sexual LGBTQIA+ que tem a cidade e a vida noturna paulista como cenário. Festas sexualizadas e fotógrafos homoeróticos serviram de inspiração para a criação da marca de Peu Andrade, a princípio voltada para a criação de jockstraps.

Hoje, a marca traz um mix de roupas de baixo e vestuário bem diverso, ainda com a veia forte focada no universo queer, que contesta a binaridade de gênero e como uma marca pós-porno, no sentido em que questiona a sexualidade heteronormativa, promovendo a diversidade sexual.

“Nossa expectativa com a estreia é aumentar ainda mais a visibilidade de pessoas queers e de, através de uma semana de moda, fomentar a discussão sobre o binarismo e performance de gênero.” declara Peu Andrade sobre a estreia na SPFW, “É muito gratificante pois entendemos como uma vitória social. Estamos vivendo um momento de abertura em relação ao queer na sociedade, tanto academicamente com a difusão da teoria queer, quanto na arte mainstreams com o Lil Nas X e tantos outros cantores e atores assumidamente queers ganhando espaço e visibilidade. Acreditamos que a Bold entrar no SPFW faz parte desse processo de abertura atingindo também a moda.” completa.

CORCEL

Corcel | Foto: Miro

É a primeira vez que a Corcel estreia independentemente na SPFW, mas a marca não é estranha às passarelas do evento. A marca de calçados já emprestou suas criações para diversas outras marcas, mas dessa vez se apresenta de forma independente como a primeira de calçados da SPFW e uma das poucas marcas de acessórios a cruzar as passarelas do evento, uma possibilidade alavancada pelos desfiles digitais.

A marca deu seus primeiros passos em 2017, quando Marília Estevam desenhou 12 pares de sapatos, que confeccionou na fábrica de calçados de seu tio, especializada em moda country. A venda pela internet começou a gerar resultados e em um ano a marca abriu seu showroom em Pinheiros, em São Paulo, uma loja física no ano seguinte e inaugurou sua própria fábrica em 2021.

“É a primeira vez na história que uma marca de calçado apresenta no SPFW e isso é uma responsabilidade muito grande, para mim e toda a equipe, é muito motivador ter essa oportunidade de apresentar nosso trabalho em um evento tão importante de moda no Brasil. Para mim em especial porque me tornei mãe em meio a uma pandemia e foi muito intenso o processo de ser mãe e empreendedora no meio de um caos, e agora ter esse reconhecimento é muito gratificante e feliz porque é onde consigo sentir que tudo valeu a pena.” afirma Marília. 

Para sua coleção na São Paulo Fashion Week, a marca traz também algumas peças de vestuário, ainda ligadas ao universo do country e western como jaquetas e calças de couro, além de uma parceria com a marca italiana de calçados, Vibram.

FAUVE

Fauve | Divulgação

A Fauve surgiu no final de 2018, quando a fundadora, Clara Pasqualini, morava e estudava em Portugal. O nome vem da corrente artística do Fauvismo, que prezava pelo uso de cores puras e a preocupação não com a forma, mas com a sensação. Esses pintores intuitivos, relacionavam sua arte como algo primitivo, e por isso, um crítico de arte da época chamou esse grupo de “Les Fauves“, que significa as feras, os selvagens.  Apesar de não se identificar exatamente com a estética dessa corrente artística, Clara se identificou com esses preceitos, e daí surgiu a Fauve.

Para sua estreia na São Paulo Fashion Week, a Fauve apresenta a coleção e filme  Il Giardino di Adelaide – em Italiano, O Jardim de Adelaide, sua avó paterna. Para esse filme, Clara Pasqualini reproduziu esse jardim, em uma lembrança muito focada no pé de pitanga que existia em sua casa. A coleção também foi criada em volta desta mesma árvore frutífera: as cores, formas e texturas da pitanga, bem como suas flores e folhas servem de inspiração para as peças da Fauve. 

Clara Pasqualini afirma: “O que eu faço é o resultado de uma abordagem romantizada da simplicidade de vida, da memória e do visual (Pense em poesia, cinema, textura) – coisas que sempre me fascinaram desde muito nova. É quase que uma necessidade pessoal,  uma forma de traduzir essas linguagens como ramificações de mim mesma. Pela moda, eu te mostro esse universo como um filme, e cada coleção é um capítulo dele.”

DEPEDRO

Depedro | Reprodução

Natural do Rio Grande do Norte, a Depedro é conhecida por suas criações em tricô e crochê, valorizando as técnicas manuais dos artesãos locais da região do Seridó. A marca surgiu há 4 anos e ativa diversas regiões do estado, funcionando o ateliê na cidade de de Ipueira, uma pequenina cidade de 2 mil habitantes e o centro de operações com loja física está em Natal. Além disso, a marca conta com artesãos em mais de 10 cidades do Rio Grade do Norte e está capacitando e treinando artesãs apenadas do presídio João Chavez, na cidade de Natal.

“Estamos todos muito felizes e ansiosos por levar o trabalho cultural, artesanal e ancestral dos nossos artesãos para as passarelas do SPFW e para o mundo. Acreditamos que esse momento será uma oportunidade única de amplificação das vozes do sertão e da moda do Nordeste.” conta Marcus Figueirêdo, diretor criativo da Depedro.

BISPODOSANJOS

Bispo dos Anjos | Reprodução Instagram

Já veterana da Casa de Criadores, a marca Bispo dos Anjos realiza nesta edição sua estreia na São Paulo Fashion Week. Hudson Bispo começou a marca ainda na faculdade Santa Marcelina, no curso de moda e em 2016 lançou oficialmente a Bispo dos Anjos. A marca tem a proposta de desconstruir os estereótipos de gênero na moda, criando, desde seu início, peças sem distinção de gênero e repensando o vestuário masculino.

A marca estreou em 2019 na Casa de Criadores onde ficou por duas temporadas até sua estreia este ano na SPFW. O designer, que trabalha muito com rendas, faz questão de criar novas peças somente a partir de retalhos, um trabalho que ele cultiva desde o início da sua marca, coletando retalhos únicos e diferentes que se tornam as produções da Bispo dos Anjos.