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    Conheça o Grande Hotel Ronaldo Fraga, novo espaço do estilista
    Ronaldo Fraga ©Divulgação
    Conheça o Grande Hotel Ronaldo Fraga, novo espaço do estilista
    POR Redação

    Por Guilherme Meneghetti

    O estilista mineiro Ronaldo Fraga inaugurou semana passada seu novo endereço em Belo Horizonte, o Grande Hotel Ronaldo Fraga. Não é um hotel como imaginamos: vindo do universo lúdico do estilista, os “hóspedes” serão, na verdade, roupas e ideias. O espaço também receberá, periodicamente, outras marcas nacionais e internacionais que não tenham endereço fixo na cidade e, claro, dialoguem com a filosofia de Fraga.

    A loja está localizada num casarão de 600 m² construído na década de 1920. Tombado pelo Patrimônio Histórico, o espaço passou por um longo processo de restauro e teve o projeto arquitetônico assinado por Alex Rousset.  A ideia foi ambientar os visitantes numa casa da Belo Horizonte de cem anos atrás.

    Em entrevista exclusiva ao FFW, Ronaldo Fraga contou todos os detalhes de seu novo endereço e decreta: “O mundo acabou, podemos reinventá-lo!”. Confira:

    Como surgiu a ideia do Grande Hotel Ronaldo Fraga?

    Esse projeto é uma ideia antiga em que fiquei observando um formato mais interessante de se vender moda. Eu acredito que a minha moda estabelece diálogos com outras frentes – e tenho repetido isso inúmeras vezes. Eu não queria simplesmente abrir mais uma loja de roupas. A loja anterior tinha um tamanho considerável, mas ainda assim era pequena para o que eu queria e totalmente focada na venda das coleções. Foi perfeito quando a Natália [do site Natália Dornellas] nos mostrou o casarão. Ela estava procurando um novo espaço para a redação de seu site, que funcionava em seu apartamento e ficou inviável para mantê-lo. Quando ela encontrou a casa, me ligou dizendo que era muito grande só para a redação. Ela disse: “Você pode ser um hóspede da casa e ficar com uma das salas”. Daí surgiu o Grande Hotel Ronaldo Fraga. Foi perfeito porque tem 600m², espaço suficiente para o que eu queria: uma casa que abrigasse outras formas de dialogar com a moda, envolvendo pessoas, coisas e pensamentos. (Bom, na verdade, depois da inauguração eu até estou achando pequena, risos). Ela tem algo que, pra mim, é muito raro: a memória do lugar, onde a província se encontra com a face cosmopolita da cidade. Isso é uma coisa que me agrada muito.

    E qual é a sua relação com a casa?

    É um casarão tombado pelo Patrimônio Histórico. A família iniciou a construção em 1918, e se mudou para lá em dezembro de 1920 – olha a coincidência, também inauguramos em dezembro! Antes de qualquer coisa, eu queria um espaço que tivesse uma relação de afeto com a cidade. Por exemplo, eu estou adiando a reabertura da loja de São Paulo porque não encontrei o formato certo. Pode ser que eu resolva fazer outro Grande Hotel lá. Mas quis que o primeiro estivesse em Belo Horizonte, pra reafirmar essa relação de afeto e carinho com a cidade. A parte da frente e de cima da casa foram restauradas, estão agora como eram na época, e o anexo ao fundo, que é a parte nova, é onde fica a barbearia [da Cavalera], o café, a biblioteca e a livraria. No segundo andar tem o espaço da redação da Natália [Dornellas], que é um site de lifestyle de Belo Horizonte. Os três primeiros cômodos foram restaurados, a tinta foi retirada e os afrescos revelados. O piso de parquet também foi restaurado. A ideia era que, nessas três primeiras salas, houvesse somente o mobiliário da época – sem relação comercial, apenas para decoração –, para que as pessoas sintam o clima de 1920 logo na entrada e, aos poucos, a casa vai se revelando.

    Quanto tempo levou para o projeto se concretizar?

    Cerca de um ano. Essa casa foi alugada em agosto do ano passado, enquanto eu estava procurando um lugar para mudar a minha loja em Belo Horizonte, porque não acreditava mais naquele formato [de loja, apenas com as suas coleções]. Quando surgiu a ideia de irmos para o casarão, o alugamos e aguardamos a licença para reforma – por ser um prédio tombado –, que saiu em outubro, quando começamos a obra. Ou seja, o processo levou cerca de um ano e dois meses.

    Conte um pouco como vai funcionar o espaço, que também receberá alguns eventos, certo?

    Temos o Café Dona Diva, uma cafeteria tradicional do Mercado Central de Belo Horizonte, que tem o pão de queijo considerado como o melhor da capital, além dos bolos, que são deliciosos. Na casa, a cafeteria está exatamente no lugar onde sempre foi a cozinha. A enoteca Rex Ribendi tem uma seleção incrível de vinhos, como agora, que eles selecionaram somente vinhos mineiros para exportação, da [Serra da] Canastra, que pouca gente tem acesso – são vinhos maravilhosos! Também temos um piano, para os saraus que acontecerão todas as sextas-feiras. Aos sábados teremos feira com produtos orgânicos, no jardim da casa, e almoço sempre assinado por um chef especial. No piso solo, haverá uma alfaiataria masculina [com peças sob medida], do meu irmão, Rodrigo Fraga. O nome veio a ser “Grande Hotel” justamente para poder hospedar marcas que não tenham loja em Belo Horizonte, estilistas de outros países e também do Brasil, que dialoguem e tenham uma relação de simpatia com a minha marca. São marcas de amigos chilenos, colombianos, belgas, que me falavam: “Eu tenho tanta vontade de vender no seu espaço”. Sempre com coleções enxutas, eles poderão se hospedar por um fim de semana, uma semana ou um mês, como quiserem. Também vai acontecer por lá lançamentos de livros, música, oficinas… Por exemplo, vai ter um evento no próximo dia 17, uma oficina de maquiagem com o Marcos Costa, meu parceiro no SPFW há 30 coleções.

    Você diria que é um novo conceito de varejo, para as pessoas conhecerem melhor o seu espírito, a sua visão?

    Na verdade, se tem uma coisa boa desse tempo que estamos vivendo é que o mundo acabou! E se o mundo acabou, podemos reinventá-lo. Eu acredito que o caminho daqui pra frente será mais humanizado. No Grande Hotel, de tudo que tem ali, a última coisa que eu falo é das roupas. É um lugar no qual as pessoas poderão entrar, marcar reuniões no Café Dona Diva – inclusive já tem gente marcando, pessoas que trabalham em casa, por exemplo, como designers e arquitetos –, propondo, assim, uma experiência para seus clientes: vão ouvir boa música, farão a barba, tomarão um café e, se quiserem, poderão até comprar roupas.

    Grande Hotel Ronaldo Fraga

    Rua Ceará, 1205 – bairro Funcionários, Belo Horizonte, MG.

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