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    De princesa a rainha da moda: DVF comemora 40 anos do “wrap dress” com desfile em NY
    De princesa a rainha da moda: DVF comemora 40 anos do “wrap dress” com desfile em NY
    POR Redação

    Diane von Furstenberg em frente à exposição “Journey of a Dress”, em Los Angeles ©Reprodução

    O ano de 2014 será muito especial para Diane von Furstenberg, que comemora os 40 anos de sua mais célebre criação: o vestido envelope, em inglês wrap dress. “Eu tinha apenas 26 anos quando criei o vestido envelope. Eu não tinha ideia que iria virar um fenômeno.” No domingo (09.02), Diane confirmou as expectativas para o desfile da temporada prêt-à-porter Inverno 2014/15, em Nova York, ao fazer uma ode ao vestido quarentão. As celebrações começaram logo após a virada do ano, com uma festa enorme em Los Angeles na abertura da exposição “Journey of a Dress” (“Jornada de um Vestido”), que reúne 200 versões vintage e contemporâneas da peça. A escolha do local para a mostra, que fica em cartaz até abril, tem muito a ver com o wrap dress e com a criadora: todos os três são sem dúvidas ícones da cultura pop.

    Wrap dress em festa: desfile de Diane na semana de moda de Nova York ©Daniele Oberrauchd/ImaxTree

    A exposição acontece na Wilshire May Company, antiga casa da loja de departamento May Co. “Que lugar mais apropriado do que a loja de departamentos onde vendi meus vestidos há 40 anos, que agora faz parte da comunidade artística e que será o museu da Academia de Cinema?”, declarou Diane ao “WWD“.

    O primeiro anúncio  da marca, tendo a própria Diane von Furstenberg como modelo ©DVF Studio/Divulgação

    Logo na entrada do espaço, uma linha do tempo mostra as imagens dos primeiros anúncios. Um dos pontos altos da mostra é a reprodução de uma carta enviada por outra Diane: Vreeland, a lendária editora da “Vogue”. Ela adjetivou a criação como “sensacional” e “genial”, palavras que certamente fizeram a trajetória de Diane e do vestido envelope andarem mais rápido. Depois disso, a estilista passou a fazer parte do line-up da semana de moda de Nova York, num período em que o evento tinha muito mais peso do que hoje em dia.

    “Eu tive uma relação muito interessante com o vestido envelope, porque ele aconteceu por acidente. Primeiro era um pequeno top envelope inspirado no que as bailarinas vestem, com uma saia combinando. Depois transformei em um vestido”, disse. O vestido e a fama à qual ele alçou Diane permitiram que ela não só pagasse suas contas, como pudesse viver o “sonho americano”. Mesmo assim, ela contou que às vezes se ressente, já que desenha outras peças, mas no final compreende que foi o vestido envelope que lhe deu liberdade e sucesso. Hoje em dia, o vestido é estudado até em faculdades de sociologia. “Ele tem vida própria.”

    A exposição não fala apenas no trabalho, mas engloba também o lado pessoal da vida da estilista, que muitas vezes se confunde com a história do vestido. Diane Simone Michelle Halfin nasceu em Bruxelas, na Bélgica, filha de pais judeus. Sua mãe, Liliane Nahmias, de nacionalidade grega, foi uma sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, onde estava apenas 18 meses antes do nascimento de Diane. A estilista já falou publicamente muitas vezes sobre a influência de sua mãe, creditando-lhe o ensinamento de que “o medo não é uma opção”. Aos 18 anos, Diane estudava economia na Universidade de Genebra, na Suíça, onde conheceu seu primeiro marido, o príncipe Egon von Fürstenberg (1946-2004), da alta nobreza alemã. Apesar de não ter sido tão bem aceito pelos pais do noivo, o casamento foi o motivo para que Diane se lançasse na profissão de estilista, já que não queria ser apenas a esposa de um homem renomado.

    Antes disso, Diane trabalhou como assistente do agente de fotógrafos de moda Albert Koski em Paris, e depois foi para a Itália ser aprendiz na fábrica de tecidos Angelo Ferretti, onde adquiriu conhecimento sobre corte, cor e tecido. Foi onde ela desenhou e produziu seus primeiros modelos de jérsei de seda. O casamento veio em 1969 e Diane e Egon tiveram dois filhos, o príncipe Alexander e a princesa Tatiana. Em 1970, com investimento de US$ 30 mil, Diane começou a desenhar roupas femininas. “No momento que eu percebi que estava prestes a ser a esposa de Egon, decidi ter uma carreira. Eu queria ser alguém por mim mesma.” Ela então recebeu o título de princesa. Com a separação, em 1972, ela perdeu o título, mas manteve o sobrenome, hoje já indissociável de sua marca.

    Capa da “Newsweek” de 22 de março de 1976, em que Diane usa vestido com estampa de ramos, uma de suas mais tradicionais ©Divulgação

    Recém-casada, mãe jovem e em uma nova cidade (Nova York, para onde o casal se mudou), ela tinha apenas 22 anos quando lançou sua primeira linha, e 26 quando criou o primeiro vestido envelope. A peça fez tanto sucesso na época que Diane foi capa da revista “Newsweek” em 1976. A reportagem a chamava de “a mulher mais comercializável desde Coco Chanel”.

    Depois de tanto estardalhaço, Diane ficou uma década afastada da profissão. Mas em 1997, aos 50 anos, ela relançou sua empresa com a reintrodução do vestido envelope, que ganhou força com uma geração totalmente nova de mulheres. Foi novamente um sucesso instantâneo, e a coleção contemporânea é vendida em 1.500 pontos em 55 países e 85 butiques próprias em todo o mundo, elevando a empresa a uma marca de estilo de vida de luxo. Em 2001, ela se casou com Barry Diller, responsável pela criação da Fox Broadcasting Company ao lado do magnata Rupert Murdoch. No ano seguinte, ela tornou-se cidadã dos Estados Unidos.

    Diane von Furstenberg por Andy Warhol, quadro que faz parte da exposição “Journey of a Dress” ©Divulgação

    Outro ponto contemplado na exposição é a relação de Diane com as artes. Além de colecionadora, ela era amiga pessoal de vários artistas. Por isso, estão expostos retratos dela feitos por nomes como Andy Warhol, Barbara Kruger, Chuck Close, Francesco Clemente, Helmut Newton e Annie Leibovitz.

    Nada poderia vir mais a calhar para o ano das comemorações do que um filme de Hollywood com a estética dos anos 1970. Em “Trapaça” (“American Hustle”), Amy Adams usa três modelos vintage do vestido envelope de DVF. As peças estão em exposição ao lado, por exemplo, do vestido usado por Cybill Shepherd em “Taxi Driver”. Mas o lendário vestido não é apenas um ícone pop ou das telas de cinema. Ele foi o escolhido por Madonna para comparecer a uma coletiva de imprensa em Israel, mas também foi o primeiro vestido comprado por Ingrid Betancourt após sair de um cativeiro de sete anos. Em 2009, Michelle Obama usou um vestido envelope com a tradicional estampa de correntes no cartão de Natal da Casa Branca.

    Como parte das comemorações, a estilista vai publicar no fim do ano o livro “The Woman I Wanted to Be” (“A Mulher que Eu Gostaria de Ser”). Durante 2014, ainda será lançada uma edição limitada de vestidos, camisetas e acessórios criados em colaboração com a The Andy Warhol Foundation, que estará à venda na DVF.com e nas lojas DVF.

    + Assista ao vídeo sobre a coleção PopWrap, parceria de DVF com a The Andy Warhol Foundation:

    Segundo o “WWD”, o ano de 2014 pode ter um marco ainda maior: uma oferta pública de ações, embora Diane não confirme. “O que eu quero é que esta empresa dure depois de mim e continue a ser autêntica e que realmente apoie a autonomia das mulheres.” Mas aparentemente o grande desafio é sobreviver em uma nova era, em que as marcas precisam de uma forte presença na internet. Não à toa, a estreia do Google Glass aconteceu na semana de moda de Nova York de 2013 justamente em um desfile de DVF. “Como vincular varejo e internet de forma inteligente é o que temos de descobrir”, afirmou a estilista.

    + Assista ao vídeo da transmissão da festa de abertura da exposição “Journey of a Dress”, com Diane, a modelo Coco Rocha e o apresentador de TV Andy Cohen:

    + Veja imagens da trajetória de Diane von Furstenberg e do “wrap dress”:

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