Por Paula Rita Saady, em Paris
Looks da Dior, em Paris ©ImaxTREE
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Um dos desfiles mais esperados da semana de moda aconteceu nessa sexta feira (28.09): a estreia do designer belga Raf Simons na Dior. Na verdade, ele já havia assinado a coleção de alta-costura, mas como trata-se do prêt-à-porter, é praticamente considerado uma estreia. O show aconteceu em uma grande estrutura construída na entrada da Capela dos Invalides, onde está o túmulo de Napoleão, e em frente a Place Vauban, um dos primeiros endereços de Yves Saint Laurent em Paris, ou seja, uma locação destinada a momentos históricos, e esse foi mais um. Depois de duas temporadas sem uma assinatura definida, a Maison Dior volta em grande estilo em um desfile fresh e sensual, que não esqueceu de homenagear os elementos ícones da marca, como a jaqueta bar e as silhuetas em A e H.
“Christian Dior tomou conta da feminilidade em toda a sua complexidade e emoção. Ele trouxe uma verdadeira energia libertadora em ruptura com o passado, e foi esse o caminho que eu quis explorar”, explicou Raf Simons em um comunicado de imprensa.
A alfaiataria impecável da primeira parte de desfile, confirmando a tendência “smoking”, agradou muito a consultora de moda Costanza Pascolato. “Raf Simons vem da moda masculina, então alfaiataria é algo que ele faz muito bem. Também gostei muito dos vestidos cocktail assimétricos e da bolsa estilo balde, que vem com um novo twist”, completou em um papo com o FFW.
Mario Testino e Carine Roitfeld na porta do desfile da Dior ©Paula Rita Saady
Já o fotógrafo Mario Testino, acompanhado de Carine Roitfeld, gostou muito dos vestidos para o dia e achou a coleção bem usável. “Foi um desfile muito especial, feito sob medida para o público Dior e com uma bela cartela de cores” disse ao FFW. E Carine resumiu sua opinião em apenas uma frase: “Estou emocionada”.
Segundo Cathy Horyn explicou em sua coluna no “The New York Times”, “o desfile foi um show muito bem orquestrado. Simons sabia onde queria chegar e chegou lá com precisão”. Ela resumiu bem a opinião geral de quem estava lá. A Dior voltou de forma arrojada, mais concentrada na beleza da forma e na pureza das construções e a escolha de um designer belga foi perfeita para isso. Raf Simons rompeu com o passado mais carregado de referências de Galliano para levar a marca em um novo caminho, mais moderno e racional. Sinal dos tempos, em que a moda envolve grandes investimentos e não pode mais se permitir errar. Ponto para Simons. Ponto para Dior.
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Veja os looks na porta do desfile e a modelo com a maquiagem Dior, inspirada em David Bowie, um dos ídolos do estilista.