A “AnOther” convidou o consultor em psicologia Nicola J. Davies para participar de um artigo analisando algumas das principais campanhas de moda da temporada Primavera/Verão 2012. Partindo da premissa de que, segundo pesquisas, “70% da comunicação vem da linguagem corporal”, a proposta é descobrir de que forma as grifes estão transmitindo suas mensagens por meio de suas propagandas. O resultado é bem interessante:

Emporio Armani

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Davies explica o sentido do uso de duas modelos paradas relativamente próximas: “Com uma modelo inclinada em direção à outra, a propaganda tem um elemento pessoal. A compostura calma das modelos ressalta o conforto com intimidade. É provável que a Armani queira ser vista como removedora de barreiras, capaz de aproximar as pessoas”.

Emporio Armani (masculino)

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Para Davies, a ideia da campanha masculina da Emporio Armani é retratar uma imagem descontraída. Ele afirma que “a abertura da camisa e a pele à mostra podem sugerir ao consumidor que os designs Armani são confortáveis de leves. A mensagem é a de que usando Armani, os homens são se sentem constrangidos pelas roupas”.

Marc Jacobs

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A análise é de que a marca optou por uma abordagem infantilizada, indicada pela imagem do coração no muro, a pureza das cores das roupas e a expressão inocente no rosto das modelos. A conclusão é de que “Jacobs está usando uma imagem de inocência e pureza para atrair consumidores”.

Marc Jacobs (masculino)

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Para Davies, o carrinho, que sugere um bebê, enfatiza os temas de inocência e pureza da campanha feminina da marca, com uma atitude de “sou capaz” produzida pelo fato de que é um homem posando com o carrinho. “Jacobs quem passar a mensagem de que homens que usam seus designs têm o controle. O fato de que a sombra do fotógrafo [Juergen Teller] está incluída no clique sugere que está claramente posto que isso é uma sessão de fotos e que os homens que usam essas roupas serão o centro das atenções”, ele explica.

Prada

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Davies acredita que as cabeças inclinadas para o lado e os lábios fazendo bico indicam brincadeira e um clima flirty. Ele também afirma que há “uma mensagem clara de feminilidade sendo retratada. Esses designs são feitos para mulher fortes e poderosas que têm orgulho de sua feminilidade e querem exibir isso de uma forma poderosa”.

Prada (masculino)

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“Punhos cerrados geralmente comunicam agressão, mas quando combinados com a linguagem corporal solta – ombros para baixo, cabeça para a frente, os lábios fazendo bico – a campanha masculina da Prada com Michael Pitt pode ser vista como alegre e divertida. Uma natureza jovial é retratada, indicando essas roupas são para os jovens no coração”, analisa Nicola J. Davies.

Balenciaga

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Na campanha, inspirada por fotos pessoais de Patti Smith no Hotel Chelsea publicadas em seu livro “Só Garotos”, a modelo Kirsten Liljegren parece relaxada e cool, com sua pose inclinada contra a parede, com as pernas dobradas e o cabelo cobrindo os olhos.

Balmain

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A pose aqui também indica uma atitude relaxada, mas com um retrato poderoso de uma “imagem muito cool” – Davies cita a mão na cintura e a outra como um descanso para a cabeça de Anja Rubik. “Com o olhar diretamente para a câmera, a Balmain quer passar uma sensação de confiança que pode se ganhar ao se vestir a coleção”, ele analisa.

Dior (masculino)

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Nesta campanha masculina, Davies analisa que a cabeça erguida, com o queixo apontando para fora, demostra um senso de superioridade e destemor. Ele afirma que o queixo erguido também indica orgulho, rebeldia e confiança, e destaca que a exposição do pescoço retrata uma imagem de força e resistência. “A pose escolhida (…) faz o modelo ficar mais alto e maior, demonstrando sua presença. A coleção é para homens que querem ser vistos, que querem que sua presença seja notada, e que emitem confiança e estilo”, ele diz.

Jil Sander

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Sobre a campanha da coleção que teve como uma de suas inspirações Grace Kelly, musa de Alfred Hitchcock, Davies analisa que “a ausência de cor na foto sugere que esse tipo de roupa fala por si mesma. Daria Strokous e os arredores são insignificantes em comparação às roupas. Ao mesmo tempo, o olhar para cima da modelo e a postura aberta sugerem uma sensação de urgência; a modelo está tentando chegar a algum lugar rápido e mesmo assim suas roupas passam uma sensação de compostura na correria. Esses designs são feitos para mulheres ocupadas que ainda querem se orgulhar de sua aparência”.

Louis Vuitton (masculino)

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Davies destaca o ar casual da campanha afirmando que “ao parcialmente cobrir sua boca, Werner Schreyer retrata algum pudor e contenção. (…) Modéstia e reserva são as mensagens-chave dessa propaganda. A linha de roupas Vuitton é para o homem casual, que quer ficar bonito, mas sem necessariamente levantar sobrancelhas”.