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    Para onde caminha a alta costura? Conheça seus novos rumos
    Para onde caminha a alta costura? Conheça seus novos rumos
    POR Redação

    Christian Dior alta costura Outono/Inverno 2006 ©Reprodução

    Flexibilidade tem sido o grande paradigma da indústria da moda. Em busca da sobrevivência – financeira e, fatalmente, existencial – foi necessário adaptar-se aos desejos da contemporaneidade, inconstante por excelência: produção mais rápida, novas coleções em períodos recorde, parcerias entre marcas de luxo e redes varejistas, criação de linhas secundárias (ou até terciárias) a preços “acessíveis” e designers ocupando cargos em distintas empresas são apenas arquétipos do modelo de negócios que se tornou imperativo nos últimos 10 anos. De forma quase simultânea, no entanto, um movimento esquizofrênico de “retorno às origens” emergiu no rastro de clamores sociais por sustentabilidade – e com ele a chance de reestruturação de setores considerados em decadência, como a alta costura.

    Entretanto, os argumentos a favor da alta costura, que incluem das clássicas alegações de primazia na qualidade à promessa de diferenciação, bem como a possibilidade de customização e atemporalidade das peças (o que, em tese, beneficiaria atitudes sustentáveis), não seriam o bastante para reerguer essa instituição francesa, soterrada há mais de três décadas pelo prêt-à-porter. A mudança territorial das riquezas, fruto da emergência econômica das nações do Oriente Médio e de países como Brasil, China, Rússia e Índia, foi a verdadeira responsável por tirar a alta costura da ameaça de extinção. Não se pode dizer que a arte de criar roupas à mão e sob medida esteja próxima do que foi em seu apogeu, mas é perceptível o renascimento gradual desse modo de produzir.

    Givenchy alta costura Outono/Inverno 2011/12 ©Reprodução

    Atualmente, 12 marcas desfilam no calendário oficial de alta costura, regulado com extrema diligência pela Câmara Sindical de Alta Costura (Chambre Syndicale de la Haute Couture), entidade criada em 1868. A lista, que é revista anualmente pela instituição, já foi muito maior, com mais de 100 integrantes entre membros fixos e convidados. A diferença, hoje, é que quase metade das casas que podem valer-se do “selo” concebido pela CSAC não são originalmente francesas. Além das imbatíveis Chanel, Christian Dior e Givenchy, a alta costura está ressurgindo por meio de nomes como o libanês Elie Saab e o italiano Giambattista Valli – é a necessidade de manutenção aliada ao reconhecimento de talentos globais.

    Elie Saab alta costura Primavera/Verão 2012 ©Reprodução

    É inegável que a alta costura traz uma imagem de poder sem igual a uma marca e que ajuda na venda de produtos que vão de cosméticos a bolsas, o que até pouco tempo era o fundamento (financeiro) da manutenção dessa forma tão cara de confecção. Mas, de acordo com o “The Wall Street Journal”, grifes como a Chanel, Armani Privé e a Valentino anunciaram recentemente uma margem de lucro positiva – se antes as peças de alta costura saiam das passarelas de Paris diretamente para showrooms em Nova York e Los Angeles, a rota atual redirecionou-se para Dubai, Hong Kong, Xangai e Moscou. E os showrooms converteram-se em encontros particulares, onde as clientes recebem atenção individual e personalizada, com a garantia total de discrição.

    A consumidora de alta costura também sofreu certa alteração: se até a década de 1980 o instituto era exclusivo para socialites, herdeiras e cabeças coroadas, atualmente profissionais liberais (com salários astronômicos) têm a possibilidade de optar pelas cobiçadas peças feitas artesanalmente pelas grifes integrantes da CSAC. “A alta costura parece mais relevante agora que nos anos de boom. […] A recessão global fez com que as pessoas pensassem no valor das coisas. Alta costura pode ser cara, mas, como uma reflexão da arte do designer, e como uma expressão da criatividade pura na moda, é inigualável”, afirmou Donatella Versace ao “The Wall Street Journal”, que trouxe a Atelier Versace de volta ao line-up do calendário oficial de alta costura, do qual não fazia parte desde 2004.

    Detalhe de peça de alta costura da Givenchy ©Reprodução

    Parece não ser necessário dizer que a alta costura nunca substituirá o prêt-à-porter, já que apenas em um mundo utópico seria possível uma marca manter-se da venda de peças que ultrapassem os cinco dígitos. Entretanto, não existe vanguarda sem tradição – a alta costura é o resto de sonho que existe na moda, onde designers podem ser artistas e a palavra tendência surge unicamente para somar.

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