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    Por que a moda se apaixonou pelo coletivo parisiense Vetements
    Por que a moda se apaixonou pelo coletivo parisiense Vetements
    POR Camila Yahn

     

    Trabalho em grupo

    A marca foi formada originalmente por um coletivo de oito pessoas, todos residentes de Paris, que se dividem entre design, produção, vendas e administração. Demna Gvasalia está à frente da direção criativa e também é quem fala com a imprensa, mas todas as decisões são discutidas pelo grupo até que se encontre uma solução. Demna estudou na Royal College of Art, na Antuérpia, e trabalhou com Margiela, assim como outros integrantes do grupo. Durante os horários de almoço, eles trocavam ideias que se estendiam em encontros nos finais de semana “bebendo vinho branco, fumando e conversando”. Daí surgiu o Vetements. Todos moram em Paris e chegaram a pensar em desfilar em Londres por ser mais aberto a novos designers. Mas justamente por Paris ser um lugar conservador, abriu-se o espaço para uma cena nova aparecer.

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    Roupas, castings e locações inusitadas transformaram a Vetements em hype da cena parisiense

    Hype

    Em poucas temporadas, seus desfiles viraram hot tickets como poucas marcas conseguem em tão pouco tempo. O frisson vem da combinação do que se tornou a Vetements e o espaco que ela ocupou no mercado. Em Paris, muito gira em torno das grandes marcas de luxo, uma história que pouco se renova, mas há uma turma nova interessada por algo diferente. A falta de novidades foi o que fez com que eles se destacassem e, no meio de tantas grifes completamente estabelecidas, eles viraram edgy, a tradução do que é cool e novo hoje em dia. “A França é muito conservadora culturalmente, mas parece que mais e mais pessoas estão ousando discordar de visões estabelecidas sobre a sociedade e a moda. Tentamos refletir o que sentimos que está acontecendo ao nosso redor em Paris e nos subúrbios”, disse Demna a “i-D”. “ Não tem mais a ver com sentar em um café no Rive Gauche. Nós nem conhecemos essa parte de Paris”. Ainda para alimentar o hype, eles foram nomeados para o prêmio da Louis Vuitton, que incentiva novos nomes no mercado, trazendo ainda mais atenção para a marca. Da coleção de Inverno 15 para cá, o número de pontos de venda quase dobrou, passando de 46 para 80 e a equipe cresceu de 8 pra 13 integrantes. Recentemente, boatos rolaram falando que eles poderiam assumir a Balenciaga. Interessante, não?

     

    Locações divertidas

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    O restaurante chinês Le President, em Paris

    O grupo sempre usa cenários inusitados para mostrar suas coleções. Nesta temporada, desfilaram em um restaurante chinês, o Le President; no Inverno 2015, ocuparam um sex club famoso em Paris, o Le Depot. Assim, seus desfiles ganham ares totalmente novos a cada estação, potencializando a excitação em torno dele.

     

    Casting incomum

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    Gosha Rubchinskiy

    Quem abriu o desfile foi o estilista russo – e igualmente cool – Gosha Rubchinskiy, com uma camiseta com o logo do DHL. O casting mistura modelos e amigos, formando um grupo bem heterogêneo, com destaque para as meninas carecas e de cabelo bem curtinho. Apesar de a coleção ser feminina, alguns meninos desfilaram, reafirmando o conceito no gender da Vetements. De fato, um casting de modelos lindas e perfeitas, a la Michael Kors, nada tem a ver com a ideia da grife. Um casting diferente para uma marca diferente.

    Design

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    Look do desfile de Verão 16

    Na roupa da Vetements, parece que algo está sempre fora do lugar, quase um erro, como se aquela roupa não fosse do seu tamanho. Uma atitude rebelde no ar. Eles mudam essa definição, sempre tão valorizada na moda, do que é um corte perfeito, do que tem um caimento impecável. Nesta coleção, as mangas são mais longas do que os braços, as camisas e paletós têm ombros enormes, as calças têm um monte de tecido sobrando nas barras, assim como as botas, frouxas nas pernas. As combinações são inusitadas e estranhas, mas é essa maneira própria e fora da caixa de pensar o vestuário que traz a sensação do novo, um outro olhar para a roupa e para o estilo, que certamente encontra eco nos jovens cosmopolitas de hoje. “Nós pegamos uma jaqueta bomber e vemos o que fazer com ela e assim pensamos em tudo”, explica Demma Gvasalia. Por mais que pareça conceitual, ela tem seus seguidores e seu espaco garantido no mercado. “Nosso negócio eé fazer roupas que as pessoas tenham vontade de usar. Tudo o que fazemos esta à venda”.

    Convidados

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    Kanye na plateia da Vetements

    Olhando os convidados, notamos que tem uma garotada super cool que não necessariamente frequenta todos os desfiles. Amigos, entusiastas, novos fãs aderem ao coro, que compartilha da mesma energia e inspiração. No meio de tantas caras novas, uma super celebridade chama atenção. Três chances para adivinhar. Acertou se você pensou em Kanye West, grande incentivador de marcas novas. Ele e Rihanna estão entre as celebridades que usam as peças da grife, em especial um hoodie preto com o logo da Vet na frente. Quando ele chegou, clientes de um bar na frente do restaurante, gritavam: “Kanye, président!”.

    Hoodies

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    Um dos hoodies do desfile Verão 16

    As peças usadas por Kanye e Rihanna são um dos statements da marca que, nesta temporada, mostrou uma série de hoodies em cores e shapes variados e muito legais.

     Youth Culture

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    Eles se inspiram na noite como uma maneira de ver a realidade da cena jovem, onde as pessoas são elas mesmas sem barreiras. Muito de sua pesquisa é feita na internet e no Facebook, além de manter um diálogo sempre aberto com seus amigos que vestem as pecas. “Desde que o Jacquemus surgiu, há alguns anos, outras marcas jovens têm aparecido. Há uma energia nova no ar, essa geração da garotada de 20 anos que quer as coisas de forma diferente, que não quer imitar seus pais. Agora é que Paris está ficando mais fresca”.

     

    Margiela feelings

    Demna Gvasalia, um dos únicos do grupo que se deixa fotografar

    Demna Gvasalia, um dos únicos do grupo que se deixa fotografar

    Muitos da turma do Vetements trabalharam na Margiela, marca conhecida pelo anonimato de seu fundador. Os meninos também começaram de forma anônima não apenas porque tinham outros trabalhos, mas porque não buscavam publicidade e sim fazer algo que tivesse sentido. Eles não querem ser alimentados da atenção da mídia, não querem ser o novo Tom Ford ou Marc Jacobs. “Pra gente ficar anônimo é uma obrigação. A gente não gosta de ser fotografado e não fazemos selfie”. No site oficial, tampouco há informações sobre os integrantes da marca.

    + vetementswebsite.com

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