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    Pretty Ballerinas
    Pretty Ballerinas
    POR Camila Yahn

    Expositor da loja da Pretty Ballerinas no shopping JK Iguatemi ©Ricardo Toscani

    A Pretty Ballerinas é uma das marcas de sapato que mais tem crescido nos últimos tempos, ao menos em frisson. Especializada em sapatilhas, ela faz um produto bonito e bem feito, mas que está um pequeno degrau abaixo (em termos de preço) das grandes grifes de luxo. O Brasil ganha sua primeira loja da PB na sexta-feira (14.12), no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. A marca integra o grupo Mascaró, um dos maiores grupos espanhóis de calçados, que existe desde 1918.

    A ideia de criar a Pretty Ballerinas partiu de David Bell, casado com uma das filhas do dono do grupo. David foi morar em Minorca e começou a trabalhar no negócio da família. Vindo do mundo editorial e super antenado em novidades, em 2005 Bell sugeriu o desafio à família de utilizar a estrutura e a excelência que eles já tinham e focar em um produto mais fashion, que estava surgindo como tendência na Europa: as sapatilhas.

    David Bell, fundador e designer da marca ©Divulgação

    A Pretty Ballerinas surgiu como loja online e suas sapatilhas têm nomes de mulheres ícones do cinema e da música, como Gloria, Marilyn, Jane, Juliet, Rita e Lindsay, entre outros, para que as consumidoras identifiquem facilmente os modelos que mais gostam.

    O casal Luiz Trevisan, 32, e Daniela Camocardi, 30, consultor e publicitária, respectivamente, está por trás da chegada da marca por aqui. “Foi uma coisa de estar no lugar certo na hora certa”, diz Daniela. “Estava em Barcelona e demorei três dias para entrar na loja porque estava sempre muito cheia. Quando entrei, conheci um dos donos, que estava mostrando a loja para uns árabes que iam levar a marca para Dubai. E eu falei logo que a marca tinha que ir para o Brasil também!”, diz Daniela com entusiasmo.

    Daniela Camocardi e Luiz Trevisan ©Ricardo Toscani

    Dois anos depois, com um investimento de R$ 1.500.000, a marca é uma realidade colorida no segundo piso do shopping JK Iguatemi. Poucas semanas antes de abrir a loja, Daniela e Luiz fizeram uma prévia ao FFW e contaram em detalhes como é o processo para trazer uma marca internacional ao país.

    Como tudo começou?

    Daniela: Falei para o Luiz da ideia de levar a marca ao Brasil e ele disse para eu ir atrás. Contratamos uma consultoria para fazer o plano de viabilidade aqui no país, entender se tinha mesmo potencial ou não. Percebemos que sim e começamos a desenvolver todo o processo. Isso demorou mais ou menos um ano entre falarmos com eles e as coisas começarem mesmo a acontecer. Fomos para Minorca, onde está a fábrica, para vender o nosso mercado.

    Luiz: Apresentamos uma série de dados sobre o mercado de luxo que eles desconheciam completamente, embora soubessem que o Brasil estava em um momento quente e que era a “bola da vez”. Assinamos o contrato e fomos atrás de um lugar para abrir a primeira loja.

    A loja com os elementos do DNA da marca: oncinha, dourado, rosa e preto ©Reprodução

    E por que o JK Iguatemi?

    Luiz: Em São Paulo, não tem como fugir dos corredores comerciais: Cidade Jardim, Grupo Iguatemi, o próprio bairro dos Jardins — essa loja teria que estar em um desses pontos. Então nos fomos direto ao Grupo Jereissati (do Iguatemi).

    Daniela: Na época o JK era novidade e a proposta era de ter só marcas inéditas e bacanas e eles mesmo apresentaram a hipótese de abrir lá. Nós não conhecíamos muito o que era o shopping e acreditamos que, por ser uma marca nova e que necessita de todo um posicionamento, o JK faria sentido.

    O projeto de loja foi baseado em uma loja de Londres. Vocês escolheram ou eles mandaram?

    Daniela: Tivemos sempre muita abertura. Temos que seguir os guides da marca, que tem quatro elementos principais: o rosa, o preto, a oncinha e o dourado. Do mobiliário eles passaram as medidas padrão e pronto. As lojas internacionais que estão aqui têm acabamentos e marcenarias muito sofisticadas e a gente quis igualar esse padrão. Para eles foi perfeito porque é a loja modelo.

    Lustre de cristais na loja da Pretty Ballerinas no shopping JK Iguatemi ©Ricardo Toscani

    E por que sapatilhas?

    Luiz: Não só a afinidade e o fato dela se apaixonar pela marca, mas quando começamos a maturar essa ideia e buscamos uma consultoria, a Consultiv apresentou um estudo que mostrava um buraco muito grande em lojas de sapatilhas com DNA.

    Na pesquisa falava que a sapatilha é um calçado de sucesso no Brasil?

    Luiz: Esse é outro ponto positivo porque não tem uma sazonalidade para as sapatilhas no Brasil. Tem um clima relativamente quente o ano inteiro, tirando a época de chuvas que desfavorece, mas no geral é totalmente favorável. Aí já emenda até no ponto de expansão da marca. Vamos nos firmar em São Paulo com mais duas ou três lojas e depois optar entre Brasília ou Rio de Janeiro. E tem pólos dentro do Brasil, ilhas de consumo de luxo, completamente em expansão.

    Daniela: E a pesquisa apontou também uma faixa etária muito variada que usa sapatilha. Temos desde a adolescente até a mulher mais velha.

    Há planos para fazer produtos com exclusividade para o Brasil? 

    Luiz: Esse relacionamento com eles está muito bom, muito aberto. Nós temos só que preservar a identidade visual da marca e mantê-la bem posicionada. Fora isso, as ideias que temos é só levar para eles.

    Daniela: Nós estivemos lá em setembro para fazer a compra de inverno e já falamos em fazer algum produto especial para o Brasil. Lá fora eles fazem muito isso. Fizeram quando os Rolling Stones completaram 50 anos, por exemplo. E já nos deram liberdade para sinalizarmos quando houver alguma data significativa para o Brasil. E claro, podemos também associar a algum estilista. Eles sabem a força da Melissa e da Havaianas aqui e no mundo, e sabem das parcerias que essas marcas fazem e acham super legal.

    As sapatilhas feitas para comemorar os 50 anos do Rolling Stones ©Reprodução

    Na América Latina esta é a única loja?

    Luiz: Não, tem uma em Bogotá e tinha para venda no Brasil na Ker, uma multimarcas em Campinas. Mas desde que fechamos o contrato, temos exclusividade, a menos que eles comprem através do nosso contato. Mas por enquanto ainda não vamos vender em multimarcas. Também vai abrir na Cidade do México. Eles tinham vontade de vir para o Brasil, mas desconheciam o mercado e não tinham braço para vir para cá.

    Quais os diferenciais do produto?

    Daniela: O sapato é feito à mão, cada par. O solado que vamos trazer é em borracha mesmo, até por uma questão de que em São Paulo chove e escorrega e o calçado ganha mais durabilidade se for com sola de borracha. Isso foi um aprendizado deles em Londres que fizemos questão de incorporar e trazer. Outra coisa é que tem diferentes tipos de forma: umas são mais cavadas, outras mais fechadas, outras mais redondas, outras mais pontudas e eles deram nomes aos modelos de divas do cinema. Tem a Audrey, a Marilyn, Shirley… se você sabe que a Marilyn fica boa no seu pé você tem esse modelo em praticamente todos os acabamentos.

    Luiz: Além de toda a parte da tradição e de preservar essa produção manual, a variedade de modelos e cores torna a marca um espetáculo à parte.

    Os dois tipos de solado (borracha e couro) ©Ricardo Toscani

    As coleções serão iguais às europeias?

    Luiz: As coleções vão ser vendidas de acordo com as nossas estações e não com as deles. No verão daqui vamos vender o que esteve no verão lá. Mas qual é a sacada: nós vamos já trazer alguns previews da coleção de inverno que está entrando agora e alguns do verão deles (próximo). Até para a brasileira que viaja não se sentir para trás.

    Como fazem a divulgação da marca?

    Daniela: Parte do marketing é a construção da loja.  A marca tem esse apelo, eles não fazem propaganda, a marca lá fora não anuncia. E uma coisa que começou a acontecer é que conquistou celebridades. A Kate Moss é super fã e eles começaram a usar essa mídia espontânea a favor da marca. Fazem um trabalho em redes sociais, mas cada país faz a sua. Desde abril já estamos construindo um perfil no Facebook e no Instagram para as pessoas que não conhecem passarem a conhecer.

    Como serão os preços no Brasil?

    Daniela: A linha infantil começa em R$ 550 e vai até R$ 810. A linha adulta parte de R$ 730 e, nessa primeira coleção, tem um modelo com cristais que custa R$ 1.500. Para a coleção de inverno vamos trazer um modelo mais caro, que teremos um par ou dois desse modelo. Até para entender a demanda e o que vende ou não.

    O espelho dourado refletindo as prateleiras da loja ©Ricardo Toscani

    Vão vender online?

    Luiz: Sabemos que é um caminho natural do comércio, mas por enquanto não vamos. Mas vamos trabalhar na venda à distância para pessoas que são de outros estados conseguirem ter; já recebemos vários e-mails. De alguma forma vamos atender, até entrar no online. Porque quando começar no online vai ter que ter um túnel de Minorca até aqui! (risos) Como os sapatos são feitos manualmente, o processo é lento, temos que contar com uns seis meses desde o momento em que fazemos o pedido até chegar aqui na loja.

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