Todas as sextas, as últimas novidades da moda autoral nacional, por Luxas.
ORI Rio
ORI, que é um anagrama para Rio e também uma palavra da língua iorubá, que significa cabeça, intuição espiritual ou destino. É também o nome da marca do carioca Leo Neves fundada em 2019 a partir da ideia de um print autoral e desde então, as estampas se tornaram a espinha dorsal da marca.
A marca também aposta em fibras puras, materiais ecológicos e tecidos tecnológicos para criar uma moda confortável, com produção e fornecimento artesanal local no Rio de Janeiro. Para sua inspiração a marca imagina uma casa de campo a beira mar e uma viagem, que passa por um paraíso despretensioso, passa por uma imersão e atraca em um hotel luxuoso.
Obrigon
A Obrigon é uma nova marca que tem questionado a ideia de beleza e feiura na moda, com uma estética disruptiva e gore, trabalhado através do conceito de Unheimlich, o “estranho familiar”, através de manipulações têxteis com aspecto orgânico e molhado, e da experimentação com o upcycling e pinturas manuais rabiscadas e excessivas, sempre trabalhando figuras que fogem do ideário humano para questionar o gênero e a estética.
“A relação é justamente de questionar o porquê algo é considerado feio, visto que os gostos e padrões estão sempre mudando e também são diferentes em cada lugar do mundo. O “feio” nada mais é que aquilo fora da vivência de cada pessoa, muito próximo do estranho e do desconhecido, por que sempre há um receio e até desaprovação no primeiro contato com algo novo e diferente.” conta Ludmila Obrigon, fundadora da marca, criada em 2020 como resultado do projeto de conclusão de curso da designer, no ano anterior.
“Eu vejo a moda avançando, mas em relação aos padrões heteronormativos e de gênero, a moda vai demorar para evoluir de verdade, principalmente em um país tão machista e patriarcal como o Brasil.” afirma Ludmila, sobre como vê o futuro da moda.
Cajá
A Cajá, marca paulista, surgiu da vontade de unir referências essencialmente brasileiras ao contexto urbano e vestir mulheres em toda a sua pluralidade. Criada por Gabriela Cajado (25), que acredita que “acredita que a força do coletivo e a soma de criadores para tecer histórias e compartilhá-las com outras pessoas é potencialmente transformadora”. A marca, que produz em pequena escala e sob demanda, lança para pré-venda esta semana a nova coleção O que restou de nós.
“A cada coleção que planejamos algumas peças acabam não acontecendo, e juntas são muitas histórias que não chegaram até o nosso público. Ao longo da história de criações da Cajá o maior desafio é sem dúvidas produzir roupas de qualidade, com preços acessíveis respeitando toda a cadeia produtiva, acesso a matéria prima de qualidade com respeito socioambiental” conta Gabriela Cajado.
Por isso, O que restou de nós é é uma junção de muitas peças desenvolvidas por anos, e agora unidas em uma nova história. Garimpados em depósito têxtil e achados durante nossas pesquisas infinitas de matéria prima brasileira, as quantidades serão pequenas, vendendo apenas através do formato de pré-venda para tornar possível uma produção sem descartes, e saudável financeiramente.
Jalaconda
Criando esculturas para o corpo que mesclam a moda e as artes plásticas, a Jalaconda é uma nova marca que tem chamado a atenção, principalmente por ser a escolha de stylists e produtores para o entretenimento (a marca já foi usada por Pabllo Vittar, Luísa Sonza, Anitta e apareceu no novo clipe de Duda Beat).
A marca é criada por Jala (Marina Avello), artista plástica não binária e graduanda de Artes Visuais na USP com habilitação em escultura. Jal é multiartista e atua em diversos formatos e dispositivos, de formatos têxteis, artesanais, até maquiagem e cabelo, focada no entendimento da construção de corpos no mundo e na intervenção direta sobre eles. Todas as peças e padronagens da Jalaconda são criadas de forma manual e artesanal, incluindo as malhas de metal e as roupas de látex.