Toda sexta, as últimas novidades da moda autoral nacional no Radar FFW, por Luxas.
CLASS
A Class, uma das marcas mais proeminentes do streetwear nacional lança sua coleção de Outono Inverno 2021, que traz grandes referências das ruas do ABC paulista. A coleção tem peças em colaboração com o artista Gds da crew de pixação Oscururu.
A collab brinca com a dicotomia da arte de rua com a arte acadêmica na sobreposição do pixo às obras de Luiz Sacilotto. A adaptação está estampada em uma blusa de Tricot Jacquard em lã italiana e uma tote bag em lona tradicional resistente. Da blusa de lã aos itens desenvolvidos em nylon de alta performance, a coleção é detalhista, com destaque para os aviamentos, em alusão à identidade metalúrgica da região metropolitana do ABC.
A.ROLÊ
A.ROLÊ, fundada em 2019, se tornou conhecida por seus looks de gola rolê, segundas peles e desenvolvimento de inúmeros figurinos para celebridades e com seus drops de ready-to-wear a marca traz um pouco desse glamour para as roupas de nós, pessoas comuns.
Luiza Gil, diretora criativa da marca, é formada em Produção de Moda pela Universidad de Palermo, em Buenos Aires e conta que criou a marca quando sentiu uma carência de luvas e peças mais elaboradas em seus trabalhos de produção. Ela juntou isso com sua memória afetiva e carinho pelo frio e o Inverno e assim surgiu A.ROLÊ.
Neste mês a marca lança a sua nova coleção de inverno, Phenomena, que explora as sensações íntimas, o mistério, tensão e poder no mix de produtos mais completo da marca até agora.
ALUF+ANSELMI
A ALUF revela o 2º lançamento da sua collab com a Anselmi, marca tradicional de tricô. As peças da primeira parte da coleção esgotaram em pouco mais de 4 dias, assim como algumas deste segundo, que recebe reposição ainda este mês. Criar roupas que abracem o corpo foi o ponto de partida que uniu as duas marcas nesta parceria, criando peças que representam suas memórias afetivas com o tricô, imaginando estas peças como “a casa do corpo”.
As marcas unem o melhor das duas para essa colaboração: o processo criativo único da ALUF com a tradição do tricô da Anselmi. “Prezamos por um processo responsável e pela criação de um produto de qualidade que acompanhe nossa cliente por muitos momentos felizes.” afirmam.
GUAPA WORLD
Na Guapa, o passado e o futuro se misturam em criações inspiradas na figura feminina, com uma personalidade sensual e urbana e com muitas referências à moda do Y2K e anos 90. As produções da marca são feitas em pequena escala, com reaproveitamento de tecidos.
“Para nós, o mundo real não é o suficiente. Nenhuma regra de costura ou confecção é seguida durante o processo de criação, o objetivo é que se trabalhe em cima de uma silhueta e uma ideia, um personagem.” conta Maria Victória Cavallaro, metade da dupla criativa, junto com Gabriela, que criam o universo da Guapa: “É um trabalho muito experimental e instintivo, onde o suposto erro pode se transformar em uma nova estética e técnica que pode ser referenciada em novas criações” continua.
O projeto, que sempre incluiu customizações e modificações em peças vintage, foi fundado como um brechó, ainda em 2016 com foco em curadoria dos anos 90. A direção criativa é feita pela dupla de amigas Maria Victória e Gabriela, que se conhecem desde o ensino médio e encontraram no reuso um caminho para expressar sua visão criativa de forma única e com menos impacto ambiental.
PEDRA
De caráter bastante experimental, a Pedra Preta utiliza materiais de resíduo têxtil e técnicas de reuso para ressignificar a realidade e vislumbrar um futuro “em constante evolução em busca de uma consciência orgânica coletiva” e questionar a cisnormatividade.
A marca, de Pedra, é baseada em São Paulo, criada neste ano, recentemente lança a coleção Realize, que oficialmente revela a marca para o mundo, sendo a coleção de lançamento do projeto Pedra Preta.
“PEDRA é idealizada por um corpo travesti negro e possui um casting majoritariamente trans racializado. Em PEDRA corpo é matéria, massa, substância passível de transfiguração, elemento apto à realização. REALIZE, imperativo de realizar, tornar real, incitar realização, enaltecer nosso potencial realizativo enquanto dissidentes.” conta Pedra.