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    As pessoas, as sonoridades e os movimentos musicais que sacudiram 2016
    As pessoas, as sonoridades e os movimentos musicais que sacudiram 2016
    POR Redação
    MC Linn da Quebrada ©Reprodução

    MC Linn da Quebrada ©Reprodução

    Por Apolinário

    Dois mil e dezesseis emana seus últimos raios. Em dias que mais pareceram anos. Meses, pesados como décadas! Avançamos e retrocedermos, em apenas trezentos e tantos dias. Aqui um vídeo que mostra bem o lance.

    Inovações tecnológicas, novas semânticas constitucionais (quase inconstitucionais), avanço da extrema direita e o resgate de muitos “ouros guardados”. Daí, podemos dizer que aprendemos a degustar os cafés gelados dados pelo ano todo, em diversas estâncias.

    – Uma colher de açúcar, por favor!

    Levemente adocicado pela “acessibilidade”, as experiências do corpo e a invasão metafísica dos corpos não ortodoxos, 2016, no frigir dos ovos foi maneiro. Viver esse ano, foi massa.

    E na música não seria diferente, não é mesmo?

    As sonoridades periféricas, lance que já cantei a bola em alguns textos, ganharam Green Card e carimbo no passaporte, avançando a América do Sul, Central até desembarcaram na Europa. Como as pontes criativas, realizada pela Red Bull Academy, que deu num remix de Kelela feito pelo DJ Pereira. Ouça aqui

    Como de costume, e para não perder o meu x-factor, vou fugir das listas com as melhores faixas… E vamos falar de pessoas e movimentações.

    Vou elencar os 5 movimentos mais pesados neste ano, em terras brazucas, a fim?

     MPBeau

    Encabeçada pelos cachos soltos e raiz crespa a acadêmica e histórica MPB, em 2016, saiu das orlas e ganhou jovialidade com o êxodo aos centros urbanos. Bradando o poder da liberdade do corpo e a exaltação da beleza, seja ela qual for. Da Trans, da bicha preta, da periferia, ALEGRIA e ALEGRIA! Ponto alto da MPBeau: apresentações conjuntas. Liniker invade As Bahias; Linn invade Liniker e todos invadem o peito e o coração, que se arrepia.

    Liniker                       

    As Bahias e a Cozinha Mineira

    Linn da Quebrada

    Dancehall Queen

    Dancehall Queen, é um filme de 1997,  que retrata a vida de Marcia Green (Audrey Reid) e protagoniza a vitória do corpo feminino dentro do cenário machista e silenciador africano no período. Ambulante e mãe, Marcia ultrapassa as barreiras impostas pelo patriarcado pela música, assim como nossas manas, que fizeram do reggae, dancehall, ragga e rap a ferramenta para mudança de realidades impostas ao corpo feminino. Como diria uma amiga minha: “É da mulher negra que nascerá a REVOLUÇÃO”. Abrir o olho pra volta alucinante de Flora Mattos, com o single “Igual Manteiga”.

    Tássia Reis

    Lay

    Lei di Dai

    Front Lac(R)e

    Cílios, perucas, hot pants e gogó a prova de balas, algumas drags deram voz ao estrutural lipsync da cultura drag. Afastando-se das dublagens, a persona DRAG se tornou uma ação de “performatividade”. Corpo como ferramenta de discussão de gênero, padrões estéticos e até quiçá talvez, sepá… padrões fonográficos! Nascidas do rolêzinho ou queridinha das telinhas, as definições de DRAG, neste ano, foram atualizadas! E ah, tem drags que não possuem trabalhos autorais, mas têm criado esse “blur” com suas versões e aparições magistrais como Ivana Wonder, em São Paulo.

    Gloria Groove

    Pablo Vittar

    Lia Clarck

    Burn the HOUSE DOWN

    Sem Berghain na mira ou qualquer alusão eurocentrada na construção, alguns produtores de música eletrônica, principalmente em São Paulo, tem aproximado sonoridades raiz, de preferência latinas, para a produção musical. Com menos dobras claustrofóbicas e loucuragem e MUITO mais rebolativas e cantadas, como no caso dos paulistanos da Teto Preto, e seu hit “Gasolina”. Atenção para o som que tá sendo bem desenvolvido em Salvador, com os manos do Baiana System e ATTOXXÁ.

    Teto Preto

    Rico via Soundcloud

    Ubunto via Soundcloud

    Que som é esse?

    Ano em que comemoramos os 51 invernos congelantes de Bjork, foi de certa forma uma aproximação ao sensorial! Onde a música experimental ultrapassou os testes sonoros e a irregularidade métrica, indo de frente e de bonde cada vez mais com a mistura, DNA do brasileiro. Um bom exemplo é o trabalho realizado pelo produtor paulistano Ricardo Pereira, que se  junta a curadores de arte, artistas plásticos e outros músicos para criar diversos projetos paralelos e, em cada um deles, executa uma mescla distinta de sons. O experimental se tornou a experiência fractal de novas ferramentas.

    Objeto Preto/Ricardo Pereira

    Tormenta Crew via Soundcloud

    Dissonantes

    Agora cinco, daqueles do bom:

    1. Mano Brown – Gangsta Boogie 

    Céu – Troppix

    3. Sabotage – Album Póstumo

    4. Rael – Coisa do meu imaginário

    5. Mahmundi – #Mahmundi

    CLOSE CERTO DO ANO

    CLOSE ERRADO DO ANO

    E em memória de Serena Assumpção.

    SARAVAAAAA!

    Apolinário, artista plástico e pesquisador, aprendeu a maior parte de seus “skills” na Box1824, onde trabalhou. Ele existe em todos os espaços do mundo online e offline – mais do que humano, ele é um vírus. Ele também tem a marca Cem Freio

    + Leia as outras colunas de Apolinário

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