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    Por trás do figurino de ‘A Loja de Atrocidades’

    Conversamos com Juan Duarte e Julia Emiko sobre a produção dos figurinos para a performance.

    Por trás do figurino de ‘A Loja de Atrocidades’

    Conversamos com Juan Duarte e Julia Emiko sobre a produção dos figurinos para a performance.

    POR Guilherme Rocha

    O projeto “A Loja de Atrocidades” que estreou no fim de novembro no Galpão Cru e ganhou novas apresentações durante a SP-Arte desse ano na Hoa Galeria combinando música eletrônica, performance artística, shows, cultura de noite, experiências sensoriais, teatro e cinema ao vivo e reuniu alguns nomes da nova cena criativa paulistana.

    Resultado da mais recente residência da Fenda, do fotógrafo Hick Duarte, o projeto em si foi criado pelo produtor EPX, com co-produção musical de Caue Gas. 

    O resultado é uma reunião de nomes consolidados e da nova geração da cena alternativa, seja na música, performance,  artes visuais e moda.

    Juan Duarte e Julia Emiko são os dois criativos por trás do figurino do projeto – que você vê abaixo. Apesar da carreira recente, os dois já trabalharam e colaboraram com marcas e artistas da nova cena da moda e música como Ão, Jalaconda, Rider, Duda Beat, Tash e Tracie só para citar alguns.

    Conversamos com eles sobre o processo criativo para criar as roupas da performance, bem como alguns highlights de seus principais trabalhos.

    Como foi o processo criativo para o desenvolvimento dos figurinos da performance?

    O contato entre nós e Pininga começou em Outubro de 2023. Nesse processo de pré produção, atuamos no direcionamento imagético de cada personagem em relação ao seu respectivo núcleo e posteriormente, fomos esboçando verticalmente como seria feita a construção de figurino de cada um. O musical é composto por núcleos, sendo estes céu, inferno, club ópera e performances de Alexza Paraíso e Aunhelden (a qual assina o seu próprio figurino). Ao desenharmos essa dimensão ficcional, estudamos o estilo pessoal de cada artista a fim de construir essas extensões performativas ligadas diretamente à quem iria lhes portar, buscando criar assim um ambiente de supra-realidade ou universalidade paralela colada na realidade social dos atores.

    O processo foi muito diferente de outros trabalhos?

    Da construção dos moodboards à finalização de todos os looks, vivemos, definitivamente, um processo bem diferente de outros trabalhos. Foi um desenvolvimento onde conseguimos dispor de nossa visão pessoal e revisitar referências que nos norteiam há anos. Como dupla, tivemos a oportunidade de traçar nossos paralelos e diferenças, chegando assim em resultados novos e florescidos das próprias pesquisas. Foi, também, uma ocasião onde tivemos muitos amigos e amigas como fornecedores e isso mudou totalmente o curso e o sentido da nossa ação como figurinistas. 

    Como vocês se dividiram nisso?

    Trabalhamos como dupla em todo processo e não houve nenhuma divisão de tarefas ou separação de áreas. Todas as ideias e designs foram desenvolvidos juntos ao longo do processo. Organicamente, cada um foi tomando frente do contato com os respectivos  fornecedores e fomos sempre mantendo a comunicação alinhada entre nosso time. 

    Como vocês definem a estética do trabalho de vocês? Quais suas influências?

    Acreditamos que dar nome às coisas seja um movimento posterior à experiência de vivenciá-las  e nesse momento, nos vemos num local de maturação e manutenção do exercício cultural que é existir no mundo. Somos majoritariamente influenciados pelos nossos amigos e amigas com quem convivemos aqui em São Paulo. Como duas pessoas que não são naturais daqui( Juan – Catalão, Goiás e Júlia- Campo Grande, Mato Grosso do Sul) sentimos que construímos vínculos fortes entre os grupos que permeamos e participamos na cidade, sempre nos mantendo em confluência com as movimentações culturais do Brasil e do mundo entendendo nossa perspectiva única de sul-global dentro do contexto de construção de imagem de moda contemporânea. 

    Como foi processo de construção do figurino de alguns dos personagens?

    No primeiro look do Pininga, nós tínhamos desenvolvido um look de patchwork, com diversos materiais que após um grande curadoria de materiais, resultou nessa figura de andarilho, uma figura transitória e que aparenta sempre estar nesse ambiente desconhecido por ser um personagem que transitaria nos universos da peça. Já nessa nova apresentação é como se ele tivesse chegado em algum lugar, tornando-se uma figura que toma consciência do próprio tamanho, como o maestro desta grande ópera que é o espetáculo, contrapondo com o figurino anterior de “Andarilho”. Para isso colaboramos com a Roro Rewind, para produzirmos esse paletó que ainda trouxe essa ideia de transitoriedade e com referências da ideia de movimento.



    É importante pontuar que todos os figurinos da Alexza foram desenvolvidos com a criação criativa da própria, enquanto na primeira apresentação que nós tínhamos trazido a figura atrelada aos comerciais de perfume com uma mulher longilínea, em vestido dourado, com referências à Dior e comerciais de perfume dos anos 2000. Já nesta segunda, nós continuamos com essa ideia de silhueta, porém, com um paralelo com o sportswear, com algo mais contemporâneo, já que ela entraria montada em uma moto, resultando nessa sobreposição do corset na parte de cima remetendo ao clássico e essa meia calça na parte de baixo com esse ponto de cor neon e mais contemporâneo. Já no fim, na última aparição surgiu a ideia de usarmos essa saia barraca que faria alusão ao frasco do perfume, já que o figurino dela sempre era sobre silhueta se tornando o próprio produto.



    Já o figurino da Yaminah foi muito especial, por ser uma das poucas musicistas no palco e gostaríamos que representasse uma figura de sobriedade, inteiriça e que carregasse o conceito sozinha, sendo a porta voz da lingua dos anjos, já que ela fazia parte do núcleo céu e abria o ato. A peça de frente era simples, inteira sem corte, apenas um grande retângulo que ela põe os braços e atrás essa ideia aberta que remete a um livro aberto, quase como asas e liberdade, trazendo essa figura angelical e contraditória. A estampa foi desenvolvida pelo Gustavo Ramirez e a modelagem 3D feita pelo Bernardo Vieira.



    No sábado (20/04) acontece a perfomance de encerramento do projeto na Hoa Galeria, que fica na Rua Brigadeiro Galvão, 480, na Barra Funda em São Paulo.

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