Agora aguenta: já temos data para uma semana de moda no metaverso. A plataforma Decentraland anunciou para o dia 24 de março a primeira Metaverse Fashion Week, com quatro dias de desfiles, showrooms, lojas, palestras e eventos virtuais.
Entre as marcas que participam, há boatos de que estão confirmadas Hugo Boss, Burberry e Balenciaga e, segundo a organização, ainda há mais marcas de luxo, emergentes e criadores digitais envolvidos no projeto.
O Decentraland é uma plataforma de realidade virtual alimentada pela blockchain Ethereum. Ela tem investindo pesado na moda e já é uma das referências mais conhecidas no metaverso, com vários investidores comprando terrenos, já que os usuários podem comprar e vender imóveis digitais, enquanto exploram, interagem e jogam dentro deste universo virtual.
A ideia da Metaverse Fashion Week é ser um espaço virtual para as semanas de moda globais e também uma espécie de test drive para as marcas testarem a tecnologia de uma plataforma de mundo virtual. Avatares desfilarão os itens que podem ser compráveis e vestíveis no mundo virtual – podemos também esperar que algumas marcas reproduzam no mundo físico algumas peças.
Como participar
A semana vai de 24 a 27 de março e você acessa a partir do site do Decentraland – lá tem todas as informações, tipo um manual para iniciantes de como interagir com a plataforma. Aqui tem os anúncios dos eventos que acontecem por lá e o FAQ (conteúdos em inglês).
Para cessar o Decentraland, você precisa de um computador PC ou Mac com Chrome, Firefox ou Brave instalados. E para ter uma experiência completa, você precisa da carteira digital, que funciona como sua conta pessoal.
O lado b do metaverso
A chegada do metaverso certamente foi antecipada pela pandemia, que digitalizou diversas experiências físicas, das peças de teatro aos desfiles de moda. Em dois anos, muito mudou. A moda se abriu modo full para o digital, o que, de certa forma, democratizou as semanas de moda. Enquanto no mundo físico a gente tem que ser convidado para um desfile, no digital, todos irão assistir a mesma coisa do mesmo jeito.
Não é bem assim no metaverso. Nesta semana de moda, por exemplo, a maior parte dos eventos é aberta ao público, mas acredita que já tem marcas perguntando sobre acesso vip e lugar na primeira fila? Ou seja, as barreiras e comportamentos do mundo físico estão já sendo replicadas no metaverso. A gente mal começou a conversa sobre acesso no meio da moda, daí surge esse mundo que é super novo, mas vai operar como um mundo super velho.
Quanto será que a Burberry tá pagando para participar? Uma marca menor teria recursos para fazer parte também? Quem são os seres humanos por trás da organização, que convida as marcas, escolhe o “casting”, seleciona quem entra, quem participa e qual experiência aquela pessoa pode ter acesso?
Outro ponto é: que tipo de equipamento você precisa para acessar o ? Há os aparelhos de realidade virtual e aumentada que custam alguns milhares de dólares e
Será que o metaverso, do alto de toda a sua modernidade e tecnologia, vai apenas replicar os maus hábitos do mundo real?