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    Como Mounjaro e Ozempic estão transformando nossa relação com a magreza

    Medicamentos para emagrecer de forma ultra rápida voltados para a obesidade e diabetes estão sendo usados por quem não precisa .

    Como Mounjaro e Ozempic estão transformando nossa relação com a magreza

    Medicamentos para emagrecer de forma ultra rápida voltados para a obesidade e diabetes estão sendo usados por quem não precisa .

    POR Vinicius Alencar

    Ozempic é na atualidade mais do que um mero remédio para emagrecer, se tornou quase um “adjetivo”, a expressão “Ozempic face” se popularizou ao se referir a rostos ligeiramente flácidos por conta de uma perda de peso em tempo recorde – especialmente quando estrelas do showbusiness fazem aparições públicas no red carpet –, por mais que esse efeito tenha sempre existido em intensas dietas.

    Apesar do termo e da adoração ao remédio ser recente, vale ressaltar, o Ozempic foi lançado em 2012, mas alcançou o status que hoje conhecemos de 2020 para cá, abrindo as portas para uma nova leva de medicamentos voltados para obesidade e diabetes, como: Wegovy (previsto para chegar ao Brasil em agosto), Zepbound e Mounjaro, tão caro quanto, responsável por abrir ainda mais discussões em torno da discrepância social que separa usuários que realmente precisam de outros que buscam no medicamento meramente a sua rapidez.

    Para se ter uma noção: muitos pacientes chegam a perder cerca de oito quilos em 20, 25 dias, com menos efeitos colaterais, como constipação, o que torna o Mounjaro ainda mais atraente e disputado. As prescrições nos EUA do trio (Ozempic, Wegovy e Mounjaro) aumentaram 300% em apenas dois anos, segundo a Folha. Num momento em que o planeta apresenta tamanha desigualdade, o mais chocante é números quanto fome e obesidade andarem tão próximos.

    Disclaimer: essa matéria não demoniza ou incentiva o uso de remédios emagrecedores, mas reflete sua ação comportamental na atualidade. Na dúvida, procure um profissional da sua confiança e não se automedique.

    Tenho 34 anos, moro em São Paulo, contextualizo para dizer que não é uma grande surpresa ver amigos falando que estão usando Ozempic casualmente: “semana sim, semana não”, “para as férias de final de ano”, “para o casamento de uma amiga” ou num jantar metade da mesa parar nas entradas dizendo “porque tô em Ozempic”. Na maioria desses casos a pessoa não quer perder mais do que 3 quilos e nenhuma delas se encaixa em um quadro de obesidade. Mas a facilidade e a rapidez é o que a seduzem.

    Necessidade ‘SOS’

    “É justamente os que não apresentam indicação formal para utilização da medicação, que costumam ocorrer complicações relacionadas ao uso. Ambas as medicações foram estudadas, com segurança para utilização comprovada, em pacientes com sobrepeso, obesidade e diabetes. A utilização em outros cenários, para perda de peso “SOS” em indivíduos eutróficos, por exemplo, está absolutamente contra-indicada”, ressalta a endocrinologista Nathália Dal-Prá.

    Jessica Simpson é uma das celebridades apontadas pelo “Ozempic Face” após perder 35 kg, entretanto não admitiu usar Ozempic ou qualquer outra droga para o rápido emagrecimento.

    Ozempic x Mounjaro

    “Mounjaro é mais caro, já foi precificado, em torno de R$ 2.500 a R$ 4.000. Qual a grande diferença? Os pacientes se sentem menos indispostos, perdem menos perda de massa magra, sofrem menos com sintomas comuns (como náuseas, constipação), assim como não sofrem tantos efeitos colaterais após encerrarem o tratamento. Além disso, apresenta uma conquista de 30 a 35% maior de perda de peso se comparado ao seu precursor, o Ozempic”, afirma o nutrólogo Vinícius Aguilera.

    O impacto social da magreza x obesidade

    Uma matéria de dezembro de 2023 da revista Piauí deixava explícita o abismo social e econômico dentre os reais usuários e aqueles que realmente não precisavam do medicamento. Estimativas garantem que em curto e médio prazo, a obesidade será tão preocupante quanto casos de desnutrição. Em 2030, estima-se que 7 entre 10 brasileiros estarão acima do peso.

    Millennials x Gen Z

    “Apesar de mostrarem-se “livres” de muitos dos estereótipos buscados pela geração Millennial, grande parte da Gen Z ainda padece do mesmo mal: a busca sem fim e muitas vezes doentia pela estética do corpo perfeito, ainda que o estereótipo buscado custe muito da sua saúde”, reflete Dal-Prá.

    Ophah Winfrey também é outra celebridade que recentemente perdeu peso com rapidez e a imprensa dos Estados Unidos especula o uso do medicamento.

    Consciência millennial

    “Corpo bonito é o que tem uma pessoa feliz dentro dele. Estética é resultado de uma vida saudável, estar mais disposto, auto estima melhor isso é o mais importante. A geração dos millenials têm uma consciência maior sim, mais do que a geração anterior que buscava um emagrecimento a qualquer custo”, acredita Aguilera.

    Scott Disick empresário e ex-namorado de Kourtney Kardashian após emgracer alguns quilos e reaparecer em público com o rosto mais fino e marcado.

    Desperdício x Fome

    “O Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia”, segundo relatório da ONU de 2023. “Domicílios de todos os continentes desperdiçaram mais de 1 bilhão de refeições por dia em 2022, enquanto 783 milhões de pessoas foram afetadas pela fome e um terço da humanidade enfrentou insegurança alimentar”, afirma a organização.

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